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Franciscanos: como viver a pobreza hoje

Francescano in atto penitenziale – pt

© Alessandro SERRA / CIRIC

Silvia Gattas - publicado em 25/03/13

O exemplo de pobreza de São Francisco para um estilo de vida sóbrio

O que é a pobreza hoje? Conversamos com dois padres franciscanos, que nos ajudam a entender o tema de uma vida cristã pobre, em todas as suas formas. "Se tivéssemos que delinear a pobreza de São Francisco hoje – disse nesta entrevista o Pe. Enzo Fortunato, do Sagrado Convento de São Francisco de Assis –, diríamos que há uma pobreza existencial, na maneira de ser, em que o homem quer despojar-se do seu subjetivismo, da sua arrogância, para entrar em diálogo com tudo o que o rodeia." A pobreza deve ser vivida, segundo o Pe. Enzo, "na essencialidade e na simplicidade, na essencialidade das coisas e na simplicidade do viver. Pobreza – continua o franciscano – significa amar as pessoas e usar as coisas, e não usar as pessoas e amar as coisas".

"Francisco de Assis – comentou, por sua vez, o Pe. Pietro Messa, diretor da Escola Superior de Estudos Medievais e Franciscanos da Pontifícia Universidade Antonianum – morreu em 4 outubro de 1226 e foi canonizado em julho de 1228. A partir daquele momento, foi chamado de santo e sua vida é contada a partir da perspectiva da santidade, ou seja, em um estilo hagiográfico que tende a destacar a vida virtuosa, incluindo a pobreza. Então, é preciso distinguir o que diz o irmão Francisco de Assis, por exemplo, em seus escritos, e o que dizem os biógrafos posteriores, algumas tendendo a exaltar o aspecto da pobreza, como o famoso 'Sacrum commercium', que conta a história de uma aliança esponsal entre santo e a pobreza. Quando Francisco, em seu testamento, resume sua vida – continuou –, a pobreza é um aspecto ausente, enquanto é central a misericórdia com os leprosos."

Como este ideal de pobreza de São Francisco poderia ser vivido na sociedade de hoje? "Na partilha dos bens – responde o Pe. Enzo Fortunato –, no saber dividir com os necessitados, com os indigentes. Este é o primeiro aspecto, e talvez mais importante: partilha e solidariedade. E depois a justiça, ou seja, ser homens e mulheres que amam a justiça." E nas escolhas concretas? "Nós precisamos ser capazes de renunciar ao supérfluo, a tudo o que torna a vida pesada, para ir ao coração das coisas."

"Mesmo em São Francisco de Assis houve momentos na vida, especialmente nos últimos tempos, depois de várias vicissitudes, em que ele mostra que o centro é a misericórdia – contou o Pe. Pietro Messa. Por exemplo, em um determinado momento, convida os irmãos a não criticar aqueles que vivem em roupas finas – o que mostra que ele percebeu que a pobreza, quando se torna uma ideologia, pode destruir a caridade. Este apelo à misericórdia, que inclui a pregação do Evangelho como fonte de salvação, significa deixar-se modelar sempre mais pelo amor de Jesus, que ensina a cuidar do outro não somente quando ele é pobre. Sobre isso, podemos lembrar da Madre Teresa de Calcutá, que, impelida pelo amor eucarístico, tinha um olhar de compaixão não só para com os mais pobres dos pobres, mas também para com pessoas como a Lady Diana. Se o amor fosse só pelos pobres, no momento em que a pessoa fica rica, ele acabaria; mas, se amamos a pessoa concreta, o olhar de benevolência envolve toda a existência."

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