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Se a família é forte, a sociedade se beneficia

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Aleteia Brasil - publicado em 25/03/14

Quando a Igreja trabalha a favor das famílias, trabalha também a favor da sociedade

A Aleteia entrevistou Pablo García Ruiz, professor da Universidade de Zaragoza, Espanha, membro do Projeto Europeu “Families and Societies”, financiado pela União Europeia. O projeto analisou mais de 150 pesquisas acadêmicas para ajudar os 28 países da União Europeia, com a finalidade de melhorar a definição e as políticas sociais dirigidas às famílias do Velho Continente.

Como o senhor descreve os estudos da crise econômica que atingem a vivência das famílias?

Nestes anos existem estudos que trataram de medir o impacto da crise sobre a vida das famílias. Em particular a relação entre família e trabalho. A crise tem causado incalculáveis impactos no mercado de trabalho, tornando-o mais rígido. Ou seja, com menos capacidade de flexibilidade e, portanto, tem sido um fardo para as famílias que encontram dificuldades na educação dos filhos e cuidados com os mais idosos. Assim como a redução da renda também influencia vários aspectos da vida das famílias.

Como a crise econômica mudou a presença das mulheres em casa?

Há duas dimensões a saber: uma econômica e outra cultural, ao falarmos sobre o papel da mulher no lar. Do ponto de vista econômico, ela é necessária para o aumento da renda. O nível de desemprego na Espanha, por exemplo, tem crescido dramaticamente. As mulheres realmente têm necessidade de trabalhar, tanto as que já têm uma carreira profissional quanto as que ainda não têm, devido à necessidade urgente de renda.

Por outro lado, do ponto de vista cultural, as mulheres têm um nível educacional superior ao dos homens. De fato, o percentual de mulheres nas universidades supera o percentual de homens. Isso pressupõe uma aspiração normal a uma carreira profissional. Deste modo, na Espanha, as gerações mais jovens têm uma presença feminina no mercado de trabalho em termos de igualdade com a masculina. Se os resultados globais não refletem, é porque as gerações mais velhas das mulheres têm um impacto menor sobre o emprego; porém, isto se corrigirá em um prazo de uns 10 ou 15 anos. Os números já refletem a realidade de que atualmente, as mulheres estão em igualdade de condições com os homens no mercado de trabalho.

Mas, em sua apresentação, o senhor disse que ainda há resistência a essas mudanças, especialmente em termos de discriminação para com as mulheres trabalhadoras.

Sim, realmente. Isso acontece porque, para os empregadores, o critério de contratação é a produtividade. Desta forma, se entende que a maternidade representa um problema para a produtividade. É verdade que uma pessoa deixa o lugar de trabalho durante uns meses, porque obviamente existem os cuidados pós-parto para com a mulher e também seu filho.

Portanto, este é um problema que realmente não é algo sem solução ou muito grave, mas os recrutadores preferem, muitas vezes, evitar a necessidade de ajustar as coisas ou fornecer uma solução satisfatória com o tempo. Para muitos é mais grave aceitar a situação, que tentar administrá-la razoavelmente. Este é um dos desafios que temos na Espanha e em outros países europeus.

Como as políticas europeias estão atuando para proteger a unidade familiar e o papel das mulheres?

União Europeia reconhece a importância de proteger a família, mas ainda não tem orientação clara, ou os critérios que deveriam orientar a sua atividade para este fim. Precisamente este projeto é importante, pois irá orientar baseado na realidade, de como as pessoas podem ser ajudadas de maneira eficaz. Temos a expectativa que, dentro de dois ou três anos, os resultados serão suficientes e inclusive úteis do ponto de vista político.

As obras completas são científicas, mas nelas há uma posição de compromisso com o trabalho da Igreja em favor da família, ou não?

As posições de valor sobre as famílias são bem-vindas e podem coincidir com o que está em evidência. À medida que a família é forte, a sociedade se beneficia. Além disso, conforme as famílias venham a sofrer, ou tornem-se instáveis, a sociedade consequentemente também é afetada. Então, quando a Igreja trabalha em favor das famílias, está fazendo um favor não somente às famílias católicas, mas também a sociedade como tal, porque realmente está portando recursos para a estabilidade, o enriquecimento e o bem-estar geral. Neste sentido, a Igreja ocupa um papel importante no bem-estar da sociedade europeia.

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