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Depoimento de uma mãe que abortou: mesmo depois do aborto, o amor pelo meu filho não morre

Baby Faith – Mother and Child – Baby – pt

© Cary and Kacey Jordan / CC

https://www.flickr.com/photos/kaceyjordan/6107408409

Theresa Bonopartis - publicado em 11/01/15

Um corajoso testemunho inspirado pelo papa Francisco e pela sua exaltação do amor materno

As mães são o antídoto mais forte contra a disseminação do individualismo egoísta. Um mundo sem mães seria "desumano", porque as mães sempre sabem dar testemunho de ternura, de dedicação e de força moral, mesmo nos piores períodos.

Estas belas palavras do papa Francisco na audiência geral deste último dia 7 de janeiro destacam mais uma vez o carinho e o amor sacrificial das mães.

Há um dizer, no movimento pró-vida, segundo o qual “o aborto não elimina o fato de que se é mãe: ele só faz com que se seja a mãe de uma criança morta”. Não se trata de um slogan vazio, mas de uma triste realidade.

Eu já abortei uma criança.

E, por isso mesmo, estas palavras do papa Francisco poderiam me levar ao desespero. São palavras que me lembram de tudo aquilo que eu não era. Aquela falta de capacidade de sacrifício pessoal e o ato desumano que eu cometi se tornaram parte da minha vida.

Mas a beleza da nossa fé e do amor insondável e misericordioso de Deus nos diz que nunca é tarde demais para amar. Deus está sempre nos chamando para Si e restaurando aquilo que nós destruímos com os nossos pecados.

Como escreveu o papa João Paulo II na encíclica "Evangelium Vitae", ao falar do aborto, "nada está definitivamente perdido". Por quê? Por causa de Jesus Cristo e do que Ele faz por nós. Com a sua morte, ressurreição e ascensão, Ele redimiu a nossa vida e nos ofereceu a chance de amar mais uma vez. Ele permitiu que eu tivesse uma relação viva com o meu filho Joshua, a quem Ele quer que eu chame de “meu filho”, tal como Ele pretendia quando Joshua foi concebido. Por meio da minha fé no amor e na misericórdia de Deus, eu posso, com toda a confiança, me tornar espiritualmente a mãe do meu filho Joshua que eu não consegui ser fisicamente.

“As mães sempre sabem dar testemunho de ternura, de dedicação e de força moral, mesmo nos piores períodos”, disse o papa Francisco. E eu dou testemunho, com a graça de Deus, “mesmo nos piores períodos”, da dignidade de cada vida; e, por mais irônico que pareça, também dou testemunho do meu amor e da minha dedicação ao meu filho abortado.

Eu não me permiti amá-lo quando ele estava na terra e esse meu ato foi um erro, mas ele está aninhado no meu coração porque eu sou a mãe dele e um coração de mãe é ternura. É muito triste que tantas mulheres descubram tarde demais que nem mesmo o aborto é capaz de destruir esse amor. Esse amor faz parte de quem nós somos, como seres humanos feitos à imagem de Deus, feitos para dar vida e para guiar os nossos filhos.

Sou eternamente grata pelo amor de Deus, que usou o meu filho através do meu maior pecado para me ensinar o amor verdadeiro: o amor do próprio Deus, que me dá coragem e força moral para proclamar a dignidade de cada vida humana e denunciar o mal que é o aborto.

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