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Rede social de adúlteros é invadida e agora os traidores experimentam seu próprio veneno

Secretive Couple with Smart Phones in Their Hands – Young adult couple has privacy problems with modern technology – pt

Nicoleta Ionescu

Aleteia Brasil - publicado em 28/08/15

De todo o mundo, a cidade com mais adúlteros cadastrados era... São Paulo

O site canadense Ashley Madison era uma espécie de “rede social de adúlteros”: homens e mulheres casados de todo o mundo se cadastravam para encontrar outras pessoas casadas e interessadas em viver “aventuras extraconjugais”. O slogan do site era “A vida é curta: curta um caso”.

Mas como as pernas da mentira são ainda mais curtas do que a vida, os mentirosos cadastrados tropeçaram nos nós da própria rede: a mentira e a traição. Os 30,3 milhões de adúlteros registrados foram “traídos” pelo site, que mentia sobre as suas medidas de segurança. Na semana passada, a rede foi invadida por um grupo de piratas da internet chamado “Impact Team”, que roubou os dados dos adúlteros, incluindo nomes completos, endereços, fotos e, possivelmente, números de cartões de crédito, embora a empresa negue o roubo desta última informação.

Os hackers, que vinham coletando os dados da Ashley Madison “há muito tempo” e que roubaram cerca de 300GB de informações da empresa, deram uma entrevista por email ao site norte-americano Motherboard, na qual afirmam:

“Eles [o site Ashley Madison] ganham 100 milhões de dólares por ano em fraudes. Eles parecem políticos: não param de mentir”.

Por exemplo, o site vendia aos seus usuários um serviço chamado “plena exclusão de cadastro”, que custava 20 dólares e, supostamente, eliminaria todos os dados pessoais do adúltero quando ele se descadastrasse. Só este serviço rendeu 1,7 milhão de dólares para o site em 2014, segundo os hackers. Mas o serviço era outra mentira: os dados não eram completamente excluídos. Os piratas foram enfáticos ao afirmar que a segurança no Ashley Madison era muito frágil:

“Não havia ninguém monitorando. Não havia segurança”.

Acusado de usar os dados roubados para fazer chantagem e extorsão, o grupo de piratas responde:

“Não chantageamos os usuários. Quem chantageava era a Avid Life Media [a empresa dona do site Ashley Madison]. Mas qualquer grupo de piratas poderia ter chantageado. Nós fizemos isso para impedir os próximos 60 milhões. A Avid Life Media é como um traficante de drogas que abusa dos viciados”.
Quanto aos usuários que foram desmascarados, os escândalos continuam pululando – e devem piorar, porque até agora só foram divulgados cerca de 30GB dos dados roubados, apenas a ponta do iceberg.Dos mais de 30 milhões de adúlteros expostos ao mundo, a maioria era dos Estados Unidos (1,4 milhão). O segundo país em usuários era o Brasil, com 918 mil. No entanto, o Brasil assume o primeiro lugar no ranking quando se segmentam os usuários por cidade: de todo o mundo, São Paulo é a cidade com o maior número de contas no site de traição. Seus 375 mil adúlteros superam em mais de 100 mil a segunda colocada, Nova Iorque, que tem 268 mil usuários cadastrados. Seguem-se Sydney (Austrália), Toronto (Canadá) e Santiago (Chile). O Rio de Janeiro é a 11ª colocada e Brasília a 20ª.
A Avid Life Media se manifestou com indignação diante do vazamento de cadastros de seus usuários:
“Isto não é um ato de ativismo hacker, mas sim um ato de criminalidade. É uma ação ilegal contra os membros individuais do AshleyMadison.com e contra qualquer livre pensador que decide se envolver com atividades online completamente lícitas. Os criminosos envolvidos neste ato se nomearam juízes, jurados e executores da moral, achando adequado impor uma noção pessoal de virtude a toda a sociedade. Não ficaremos sentados permitindo que esses ladrões imponham a sua ideologia pessoal aos cidadãos de todo o mundo”.
No caso, a tal “ideologia pessoal dos ladrões” seria a fidelidade. A infidelidade, por sua vez, é para a Avid Life Media uma “atividade completamente lícita”, realizada por “livres pensadores”.

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