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O capelão do hospital, as crianças com câncer e os pequenos milagres

NEWBORN,

Martin Valigursky | Shutterstock

Gelsomino Del Guercio - publicado em 29/01/21

Jovem sacerdote testemunha a presença de Deus na vida e nos dramas de doentes e famílias

No hospital Santa Úrsula, de Bolonha, na Itália, um jovem capelão de trinta anos de idade conversa todos os dias com famílias de crianças doentes, com mulheres grávidas cujo bebê apresenta risco de malformação e com pessoas revoltadas diante da suposta ausência de Deus em meio à dor injusta de gente inocente.

É um lugar em que perguntas terrivelmente dolorosas são inevitáveis, comenta o pe. Santo Merlini.

“Diante do sofrimento incompreensível, as questões sobre o sentido da vida ficam mais agudas. Muitas vezes, eu ouço dizerem: ‘Se Deus existisse, o nosso filho não estaria passando por esta doença’. Ou ‘Por que o meu filho e não alguma pessoa ruim?’. Ou ‘Por que Deus nos deu um filho para depois tirá-lo de nós?’”.

SERÁ QUE DEUS TEM UM PROJETO POSITIVO PARA TODOS?

O pe. Santo, da Fraternidade dos Missionários de São Carlos Borromeu, diz que não tem uma receita pronta para explicar o caso de qualquer criança.

“Eu sei que não posso dar respostas para os pais com ideias e teorias. É fazendo companhia a essas pessoas que eu vou descobrindo junto com elas o que Deus está pedindo com esses calvários. Eu sei que Deus tem sempre um projeto positivo: eu não sei o porquê dessa doença, eu não sei por que essa criança, mas sei, por causa da minha fé, que é para um bem. E quando as famílias se abrem e me dão a oportunidade de acompanhá-las, nós muitas vezes descobrimos juntos”.

A PEQUENA SOFIA E O DEUS CONHECIDO NA DOR

Sofia era uma menina que primeiro foi vítima de um tumor no cérebro e, depois, de outro na perna. “No começo, quando eu ia até o seu quarto, eles me rejeitavam, porque não queriam nada com um padre”. Com o tempo, eles entenderam juntos que “Deus não os tinha abandonado, mas estava perto deles durante a provação. Foi assim que eles descobriram o rosto amoroso de Deus”.

O famoso oncologista italiano Umberto Veronesi escreveu em um de seus livros:

“O câncer é a prova da inexistência de Deus. Como acreditar na providência ou no amor divino quando você vê uma criança invadida por células malignas que a consomem dia após dia bem debaixo dos seus olhos?”.

Mas a mãe de Sofia, “com uma simplicidade que me deixou boquiaberto”, conta o pe. Santo, discordou:

“Não é verdade. Foi através do tumor da minha filha que eu conheci Deus”.

Antes que Sofia “subisse ao céu, faz alguns meses”, o pe. Santo pôde batizá-la, junto com seu irmãozinho. “Os pais descobriram que aquela doença tinha tido um sentido”.A RENÚNCIA AO ABORTO

O pequeno ” milagre” do inesperado encontro com Deus se repete cada vez mais frequentemente com as mulheres a quem o pe. Santo convence a não abortar.

“No Santa Úrsula, assim que fazem um diagnóstico de malformação fetal, eles vão logo propondo que a mãe aborte. Eu convenci muitas delas a não abortarem, e, muitas vezes, quando o bebê nascia e não tinha nada daquilo que os médicos tinham previsto, elas vinham me agradecer. A verdade é que os milagres acontecem. É claro que a habilidade dos médicos é muito importante, mas acontecem muitas coisas que simplesmente não dá para explicar”.


Papa Francisco

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