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Pesquisadores podem ter descoberto um tratamento do câncer que não requer quimioterapia

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Wellcome Images

John Burger - publicado em 03/09/15

Referência é o processo biológico que impede as células doentes de se reproduzirem sem controle

Uma nova pesquisa divulgada nesta semana pela rede de televisão BBC e pelo jornal The Telegraph, ambos do Reino Unido, renova as esperanças de que a manipulação de células possa reverter o câncer.

Os testes em laboratório, realizados pela Clínica Mayo, dos EUA, apontam a existência de um processo biológico que impede as células de se replicarem sem controle, restaurando a sua normalidade. Em essência, o tratamento baseado neste processo bloquearia a multiplicação excessiva das células, impedindo-as de formar tumores. Os pesquisadores estão esperançosos de que o novo mecanismo descoberto possa ser aplicado a todos os tipos de câncer, o que evitaria a necessidade da quimioterapia ou da cirurgia.

“É um processo biológico inesperado, que nos fornece o código para desligarmos o câncer”, declarou o pesquisador Panos Anastasiadis, do Departamento de Biologia do Câncer da Clínica Mayo em Jacksonville, na Flórida.

The Telegraph explicou o processo, que tinha sido publicado pela revista Nature Cell Biology:

As células precisam dividir-se constantemente para substituir a si mesmas. No caso do câncer, porém, as células não param de se dividir, levando ao excesso de reprodução celular e ao crescimento do tumor.

Os cientistas descobriram que a “cola” que mantém as células unidas é regulada por microprocessadores biológicos chamados microRNAs. Quando tudo está funcionando normalmente, os microRNAs instruem as células a pararem de se dividir quando já se multiplicaram o suficiente. Eles fazem isso desencadeando a produção de uma proteína chamada PLEKHA7, que rompe as ligações celulares. No câncer, este processo não funciona.

Os pesquisadores observaram que poderiam “acionar” um câncer nas células ao removerem delas os microRNAs, impedindo-os de produzir a proteína. E também descobriram, fundamentalmente, que podem reverter o processo reativando os “freios” celulares e, portanto, parando o câncer. Os microRNAs são pequenas moléculas que podem ser inseridas diretamente nas células ou nos tumores; assim, uma injeção para aumentar os seus níveis poderia “desligar” a doença.

Embora os primeiros testes pareçam promissores, ainda não está comprovado que a descoberta vá ajudar a tratar as pessoas com câncer, informou a BBC:

Henry Scowcroft, gerente sênior de informação científica da Cancer Research UK, declarou que “este importante estudo resolve um mistério biológico de longa data, mas há muito caminho a percorrer antes de sabermos se estas descobertas feitas com células cultivadas em laboratório vão ajudar a tratar as pessoas com câncer. Mesmo assim, é um passo significativo para entendermos como certas células do nosso corpo ‘sabem’ quando crescer e quando parar de crescer. Entender esses conceitos-chave é crucial para darmos continuidade aos progressos dos últimos anos no combate ao câncer”.

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CâncerCiênciaSaúde
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