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Bailes funk de São Paulo: drogas, bebida, sexo em público e uma menor grávida por dia

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Aleteia Brasil - publicado em 07/09/15

37% das meninas são contra a relação sexual nos bailes, mas 47% são indiferentes e 16% acham "normal"

A equipe do telejornal Hora 1, da rede Globo, visitou durante os últimos dois meses os bailes funk de São Paulo, também conhecidos como “pancadões”, e encontrou um cenário de adolescentes usando drogas, bebendo e praticando atos sexuais em público, nas próprias ruas onde acontecem esses eventos que, em grande parte, são dominados pelo narcotráfico.

A reportagem ainda levantou um dado chocante: todos os dias, pelo menos uma menina sai grávida desses bailes. Os números foram estimados por Albertina Duarte Takiuti, que coordena o Programa da Adolescência do Estado de São Paulo.

NÚMEROS ASSUSTADORES

Em 2013, entre as jovens e adolescentes que procuram as casas de apoio do governo estadual paulista, 3,4 mil meninas entre 10 e 14 anos engravidaram, 340 delas em bailes funk.

Em agosto deste ano, um novo levantamento com 96 jovens e adolescentes nas casas de apoio revelou que 37% delas são contrárias à relação sexual nos bailes, enquanto 47% são indiferentes e 16% acham a prática “normal”.

EM PLENA RUA

Moradores de um bairro da Zona Leste de São Paulo, entrevistados pela reportagem, disseram que os bailes acontecem todos os fins de semana, envolvendo adultos e adolescentes que bebem, usam drogas e, em muitos casos, fazem sexo na rua.

DEPOIMENTOS

De uma das menores que conversou com os jornalistas:

“…Vem um monte de menino atrás de você, já te pedindo beijo, oferecendo bebida, mandando entrar no carro para sair… A competição é essa: quem ‘fica’ com mais. A maioria das meninas é assim: ‘Você ficou com um, eu fiquei com dois’. ‘Você ficou com dois, eu fiquei com três'”.

De um jovem que frequentava assiduamente os bailes na adolescência:

“Eu me prevenia da melhor forma possível. Tinha amigos meus que geralmente não se preveniam e iam de qualquer forma, em qualquer ambiente, em qualquer lugar. Tava nem aí… Depois bate arrependimento. Só que depois era tarde”.

De uma adolescente de 15 anos que tem uma filha de 6 meses:

“Eu fiquei pasma [com a gravidez]. Ainda não caiu a ficha, entendeu? [O pai da bebê] não assumiu ainda. Ele não conversa comigo… Filho é uma coisa que não pode brincar. Tem que pensar em trabalhar, estudar, cuidar, ter responsabilidade”.

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