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Papa sim, Igreja não…

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Zelda Caldwell - publicado em 01/10/15

O amor pelo papa Francisco tem atraído muitas pessoas; mas não necessariamente para a Igreja

As multidões se espremem ao longo dos percursos do papa Francisco onde quer que ele esteja – e não foi diferente na última viagem apostólica aos Estados Unidos e a Cuba.

Mas o que atrai essas pessoas?

Depois de conversar com algumas delas em Washington – mais especificamente, aquelas que não estavam usando a camiseta azul com o lema “O amor é a nossa missão” – ficou claro que o papa Francisco conseguiu mesmo chegar às “periferias”, já que muitas dessas pessoas não eram católicas e nem mesmo cristãs. Mas também ficou claro que, embora tenha captado a atenção das pessoas, o papa ainda tem bastante trabalho a fazer para conquistá-las para a Igreja.

Coral Keegan, de 24 anos, é de Nova Iorque, mora em Washington, é católica batizada, mas não frequenta a Igreja regularmente. “Eu gosto de ver que o papa está aceitando os gays e lésbicas, que a Igreja não aceitava antes”. E será que o papa vai fazê-la voltar à missa? “Não”, responde Coral. “Eu não acho necessário para ser uma pessoa espiritual”.

Deitado na grama da Casa Branca ao lado dela estava Jorge Gonzalez, de 27 anos, colombiano. “Eu gosto da humildade dele. Ele está mostrando que é apenas um ser humano”. Católico “de criação”, Gonzalez também não frequenta a Igreja e acha que, apesar dos sentimentos positivos que tem pelo papa, é pouco provável que passe a frequentar.

Dustin Meyer, 31 anos, do Estado de Iowa, é outro “ex-católico”: “Eu fui criado como católico, mas não sou católico. Minha avó é e ficou muito animada com a vinda do papa a Washington. Por isso eu vim aqui tirar fotos para ela”. Dustin também admira o papa Francisco. “Eu tenho um respeito muito profundo por ele. Ele mostra as melhores qualidades da fé em geral e da Igreja católica em particular. Ele tira o foco dos componentes negativos da religião e os orienta para os positivos”.

Fletcher Karper, universitário de 21 anos da Pensilvânia, declarou: “Eu sou agnóstico, acho. Só estou interessado em ver o papa porque ele está aqui. Acho que é só o fator celebridade”.

Jenna Porter, 24 anos, de Massachusetts: “Eu não sou católica, mas eu tenho uma admiração enorme pelo Santo Padre. Sempre me interessei por estudos religiosos, apesar de não ser religiosa. Acho o papa Francisco uma figura galvanizadora. Ele é muito mais otimista, compassivo e ligado às pessoas do que a maioria dos líderes do nível dele. Ele é um exemplo de que a religião pode ter efeito positivo para as pessoas. Compartilhando o evangelho original, que diz ‘trate as pessoas como você gostaria que elas tratassem você’, ele mesmo é um modelo para agir de um jeito humano”.

Sharon, 68 anos, “católica não praticante da Virgínia”: “Eu acho que ele é maravilhoso e queria fazer parte da celebração. Eu gosto do compromisso dele com os pobres e com a justiça social e acho que ele trouxe um grande espírito para a Igreja”. E isto significa que ela vai voltar para a Igreja? “Eu não sou hostil à Igreja católica, mas provavelmente não vou voltar à missa”.

Steve Ciccarelli, 68 anos, comentou: “Eu amo São Francisco, quero dizer, o papa Francisco – lapso freudiano. Toda a filosofia e persona dele é completamente diferente de qualquer coisa que já tenhamos visto, diferente de Bento e diferente de João Paulo. Este papa mostra misericórdia e compaixão num nível que não tínhamos visto desde São Francisco. Ele é um pai de verdade para sete bilhões de pessoas, mesmo que elas não sejam católicas ou cristãos. Ele realmente acredita na humanidade”.

Jenny e Jorge Santiago, moradores de Nova Iorque mas nascidos no Equador e na República Dominicana, estavam ansiosos para ver o papa e tinham em mãos os ingressos para a missa na basílica. Perguntada sobre o que achava da celebração da missa na sua língua natal, Jenny respondeu: “A língua não é um problema. Eu tive que aprender inglês quando cheguei aqui. Ele fala a linguagem do amor e isso é suficiente”.

É suficiente para levar as pessoas às ruas a fim de ver o papa, mas, para levá-las à Igreja e aos sacramentos, o desafio continua grande.

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