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Ser ponte é doar de si pelo outro

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Projeções de Fé - publicado em 04/11/15

Reflexões espirituais a partir do filme "Ponte dos espiões"

“Deus sempre deseja construir pontes; somos nós que levantamos muros. E os muros desabam sempre!”
(Papa Francisco, audiência geral de 30/09/15)

Sinopse:O longa conta a história de James Donovan (Tom Hanks), um advogado do Brooklyn que, durante a Guerra Fria, é enviado, a pedido da CIA, para negociar o resgate de um piloto americano. Os roteiristas Matt Charman e os irmãos Ethan e Joel Coen, transformaram essa experiência de Donovan em uma história inspirada em eventos reais, que captura a essência de um homem que arriscou tudo nessa jornada.

“Ponte dos espiões” coloca novamente na tela a dupla Steven Spielberg e Tom Hanks,  com um filme que já é um dos cotados a concorrer ao Oscar.

Antes de tudo, é importante dizer que o filme não foi feito para destacar os Estados Unidos como o grande herói, salvador do mundo e colocar a União Soviética como a vilã da história. Desde o início, já se vê que a rivalidade política entre os os países sendo injetada nas mentes dos norte-americanos desde a infância e, no decorrer do filme, há a clara demonstração de quais eram as preocupações do governo yankee em relação aos seus peões neste jogo de xadrez. Quando falamos em jogo de espiões é difícil dizer quem é o certo e quem é o errado.

Se alguém quiser utilizar este filme para puxar para qualquer lado, seja direita (capitalismo) ou esquerda (comunismo), poderá enfrentar um grande problema para convencer qualquer expectador: o advogado James Donovan, personagem principal, não é de direita e nem de esquerda. Ele segue o que é certo, independentemente do que este ou aquele governo quer, e acaba atuando como a ponte entre os governos e espiões.

Este advogado foi escolhido para defender um espião russo preso nos Estados Unidos, e mesmo sabendo que ele já estava condenado, sem mesmo passar por um julgamento, tenta, de todas as formas, apresentar uma defesa digna a seu cliente. Ali ele estava exercendo seu trabalho, tentando fazer o que era certo pela pessoa que estava defendendo, e não desviou deste caminho mesmo quando lhe foi solicitado (pelo governo) que andasse fora da linha.

Os cristãos são chamados a atuar como estas pontes que agem certo em prol do bem comum, a serem luz em um meio tão sujo como está a política. O Papa Francisco (diálogo com jovens, em 07/06/13) já nos alertou sobre essa necessidade de atuação dos leigos:

Para o cristão, é uma obrigação envolver-se na política. Nós, cristãos, não podemos “jogar a fazer o Pilatos”, lavar as mãos. Não podemos! Devemos envolver-nos na política, pois a política é uma das formas mais altas da caridade, porque busca o bem comum. E os leigos cristãos devem trabalhar na política. Dir-me-ás: “Não é fácil!” Também não é fácil tornar-se padre. Não há coisas fáceis na vida. Não é fácil; a política está muito suja; e ponho-me a pergunta: Mas está suja, porquê? Não será porque os cristãos se envolveram na política sem espírito evangélico? Deixo-te esta pergunta: É fácil dizer que “a culpa é de fulano”, mas eu que faço? É um dever! Trabalhar para o bem comum é um dever do cristão!E, muitas vezes, a opção de trabalho é a política. Há outras estradas: professor, por exemplo, é outra estrada. Mas a atividade política em prol do bem comum é uma das estradas. Isto é claro.

Somos chamados a fazer a diferença, a não sermos omissos e jogarmos a culpa nas costas dos outros. O Papa Francisco tem atuado como esta ponte, como fez com o caso Estados Unidos – Cuba. Outros papas já tiveram grande atuação política na história, como foi o caso de São João Paulo II que, além de ter sido ponte, também foi instrumento para que um o Muro de Berlim caísse.

Ocorre que este trabalho não é apenas para os papas. Este filme é baseado em fatos reais, o que significa que é possível tomar estas atitudes, mesmo no meio de uma disputa política internacional. E lembre-se: “O errado é errado, mesmo que todo mundo esteja fazendo. O certo é certo mesmo que ninguém esteja fazendo.” Portanto, siga no caminho correto e busque ser a ponte que muitos precisam.

O filme é ótimo como a imensa maioria das produções de Steven Spielberg. Vale ser visto pelo contexto histórico, pela postura inspiradora de James Donovan, pelo enredo, pela direção e pela atuação de Tom Hanks. É um daqueles para depois comprar e ter na sua coleção.

Ficha técnica:

Gênero: Drama
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Ethan Coen, Joel Coen, Matt Charman
Elenco: Alan Alda, Amy Ryan, Austin Stowell, Billy Magnussen, Domenick Lombardozzi, Eve Hewson, Jonathan Walker, Joshua Harto, Mark Rylance, Marko Caka, Michael Gaston, Mike Houston, Noah Schnapp, Peter McRobbie, Sebastian Koch, Stephen Kunken, Tom Hanks
Produção: Kristie Macosko Krieger, Marc Platt, Steven Spielberg
Trilha Sonora: Thomas Newman
Duração: 141 min.
Ano: 2015
País: Estados Unidos
Distribuidora: Fox Film
Estúdio: DreamWorks SKG / Fox 2000 Pictures / Marc Platt Productions / Participant Media
Classificação: 12 anos

Trailer

(Projeções de Fé)

Tags:
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