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As ameaças dos terroristas do Estado Islâmico

Estado Islâmico

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Prof. Felipe Aquino - publicado em 18/11/15

Como católicos, que reflexão podemos fazer acerca dos ataques terroristas em Paris?

Novamente estamos todos chocados com mais um “atentado contra toda a humanidade”, que foram os ataques terroristas bárbaros cometidos em Paris. O pior de tudo é que se quer justificar o ódio em nome de Deus, como se Deus não fosse Amor.

Sabemos que não são os muçulmanos de maneira geral que provocam esses atos, mas apenas uma facção criminosa, os chamados jihadistas do Estado Islâmico. Muitos líderes muçulmanos já se manifestaram contra esses atos.

A Arábia Saudita afirma que atentados violam todas as religiões. Estado Islâmico chegou ao Ocidente. O imã da mesquita Al-Azhar, instituição de grande prestígio do islã sunita, Ahmed Al-Tayeb, condenou os ataques “odiosos” e apelou “o mundo inteiro a se unir contra este monstro” do terrorismo. O presidente iraniano, Hassan Rohani, adiou sua viagem prevista para a Europa e condenou os ataques, chamando-os de “crimes contra a Humanidade”. O ministro saudita das Relações Exteriores, Adel al-Jubeir, condenou “os ataques terroristas odiosos”, considerando que constituem uma “violação de toda a ética, toda moral e toda religião”.

Um grupo de imames (líderes religiosos do islã) se dirigiu para a região da casa de shows Bataclan, em Paris, e cantou “A Marselhesa”, o hino nacional francês, para demonstrar solidariedade às vítimas dos ataques terroristas ocorridos na sexta-feira.

Mas agora, é preciso que todas essas instituições do islamismo que protestaram contra os ataques terroristas façam uma ação enérgica e profunda contra os “irmãos” islâmicos jihadistas, para colocarem um fim a essa insanidade. Ninguém melhor do que os adeptos do Islã, para fazer parar essa ação terrorista.

É uma minoria poderosa que age agora também no Ocidente, bem armada e fanática; chegam até a se encantar com a morte numa ação terrorista. As causas desse terrorismo exacerbado são profundas, e pesam também sobre o Ocidente, mas não cabe aqui uma análise profunda dessas causas. O que interessa agora, é como enfrentar esse caos. O Presidente da França declarou guerra ao EI e já começou um ataque maciço sobre ele.

Sabemos que a força só pode ser usada legitimamente em prol da justiça e da legítima defesa, seja pessoal ou social. Então, a sociedade tem o direito e o dever de se defender; mas, nem sempre a pura guerra é solução suficiente. Uma ação conjunta e coordenada do Ocidente para frear este terrorismo será necessária, mas não suficiente. É verdade que o campo diplomático oferece poucas alternativas para se obter a paz junto ao EI, no entanto, a pura guerra contra ele pode não ser eficaz, tendo em vista a virulência de seu fanatismo.

Sabemos, por exemplo, que os países árabes não fabricam essas armas, munições e bombas usadas pelos terroristas. Elas são fabricadas no Ocidente, no “mundo civilizado”. Então, é urgente impor um embargo de qualquer tipo de armamento para o terrorismo.

E mesmo para uma “guerra justa”, a Igreja ensina que é preciso observar alguns pontos. O Catecismo impõe algumas condições para que a “guerra justa” não causa um mal maior ainda:

“É preciso considerar com rigor as condições estritas de uma legítima defesa pela força militar. A gravidade de uma tal decisão a submete a condições rigorosas de legitimidade moral. É preciso ao mesmo tempo:

1- Que o dano infligido pelo agressor à nação ou à comunidade de nações seja durável, grave e certo.

2- Que todos os outros meios de pôr fim a tal dano se tenham revelado impraticáveis ou ineficazes.

3- Que estejam reunidas as condições sérias de êxito.

4- Que o emprego das armas não acarrete males e desordens mais graves do que o mal a eliminar. O poderio dos meios modernos de destruição pesa muito na avaliação desta condição”. (CIC, §2309)

Penso que os três primeiros itens, estão satisfeitos nesse caso do terrorismo do EI, mas é preciso analisar com cuidado o item 4.

Mais do que tudo é preciso rezar, implorar a Deus que nos dê a sua paz e nos livre desse perigo. A luta da Igreja contra o jihadismo fanático vem desde o século VII. O pai de Carlos Magno, Pepino o Breve, na batalha de Beziers, na França, em 732, teve de conter pelas armas o avanço deles na Europa, que tinham o intuito de anular o cristianismo. E Carlos Magno teve de continuar essa luta. Oitocentos mártires cristãos foram decapitados em Otranto, na Itália em 1480. Desde a queda de Constantinopla, em 1454, era apenas uma questão de tempo até que os muçulmanos invadissem a Europa. O sultão Maomé II havia dito ao Papa Sisto IV que “levaria seu cavalo para comer alfafa sobre o túmulo de São Pedro”.

Há poucos dias o maior líder muçulmano da Arábia Saudita pediu a destruição de todas as igrejas cristãs. O sheik Abdul Aziz bin Abdullah, o grão-mufti da Arábia Saudita, declarou que é “necessário destruir todas as igrejas da região”. O Estado Islâmico vende, crucifica e enterra crianças vivas no Iraque, diz a ONU. Um piloto foi queimado vivo pelo Estado Islâmico, e muitos cristãos tem sido degolados diante das câmeras.

O EI é uma organização terrorista que declarou, em 29 de junho de 2014, um califado em um território entre a Síria e o Iraque. A meta do Estado Islâmico é estabelecer um califado — Estado regido pela lei do islã, a sharia –, e governar todos os muçulmanos. O EI controla poços e refinarias de petróleo, lucrando com o seu contrabando. Também cobra impostos e obtém dinheiro de resgates.

O grau de coordenação dos ataques em Paris mostra que eles formam um poder. Enquanto o grupo tiver seu santuário, continuará atraindo recrutas e se multiplicando.

Cada vez mais fica claro que, se as potências ocidentais não tomarem uma atitude firme contra o Estado Islâmico o grupo não dará trégua. E agora chegaram ao Ocidente. Todo cuidado é pouco. A fé católica repudia radicalmente a violência e o desrespeito à religião de cada um. Deus é Amor, Paz, Bondade, Misericórdia.

(Felipe Aquino)

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