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Ele é rabino, amigo do papa Francisco e vai ser ministro do Meio-Ambiente na Argentina

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Esteban Pittaro - publicado em 28/11/15

Sergio Bergman orientará o seu ministério à luz da encíclica Laudato Si’

A fraterna relação entre o papa Francisco e alguns rabinos remonta principalmente aos seus anos como arcebispo de Buenos Aires. Um deles é Sergio Bergman, de 53 anos, futuro ministro do Meio-Ambiente da Argentina.

Em declarações à Radio 10, o futuro ministro explicou que a sua carteira vai “ser fundamentalmente orientada pela última encíclica papal, Laudato Si’, que tem a ver com a visão de dignidade humana, de qualidade de vida e de inclusão que São Francisco de Assis já tinha sobre a harmonia, o cuidado, o respeito e a preservação da nossa casa”. Sua gestão, anunciou ele, em linha com a encíclica do papa Francisco, abrangerá também o desenvolvimento sustentável.

ACESSE O TEXTO DA “LAUDATO SI'”, NA ÍNTEGRA,

DIRETAMENTE NO PORTAL DO VATICANO

Bergman, que já atuou no legislativo da cidade de Buenos Aires, foi escolhido pelo presidente eleito Mauricio Macri por sua extensa trajetória à frente de empreendimentos sociais e culturais da comunidade judaica na capital argentina, iniciativas que o aproximaram de vários líderes católicos, entre eles o então cardeal Bergoglio.

“Eu encontrei em Bergoglio o meu rabino”, declarou Bergman quando da eleição do papa Francisco. Eles construíram sua amizade em torno ao Diálogo Argentino, uma série de encontros de instituições de todo o país durante a crise de 2001. “Lá eu conheci Bergoglio como mestre, como um homem que não tinha medo de dizer o que tinha que dizer, de traduzir essas três dimensões que eu reconheço nele: de mestre que se fez líder e que agora é estadista”, declarou Bergman numa entrevista à rede LT8, da cidade de Rosário.

Na mesma entrevista, afirmou considerar-se um “discípulo dele” e, mais tarde, em um artigo, escreveu que encontrou em Bergoglio “um mestre que me escutou, me orientou e aconselhou para fazer decolar a minha vocação de servir tanto ao Criador quanto às suas criaturas no desafio do bem comum”.

O respeito e o apreço são mútuos e ficaram imortalizados no prólogo do livro “Argentina Ciudadana”, publicado por Bergman em 2008. O então arcebispo de Buenos Aires, autor do prólogo, descreveu o livro como o “trabalho de um mestre que nos ajuda a nos entender, a nos explicitar, a nos corrigir e a avançar em plenitude”.

Em seu próximo cargo, o rabino terá mais uma vez a oportunidade de deixar-se guiar por aquele a quem considera seu mestre, encarnando em sua gestão os valores de “espiritualidade cívica” que propôs em “Argentina Ciudadana”, uma obra que o hoje papa Francisco declarou que “lhe fez bem à alma”.

Tags:
Meio ambientePapa FranciscoPolítica
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