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Star Wars e a Ilha de São Miguel Arcanjo

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Philip Kosloski - publicado em 07/01/16

Por que um local histórico e sagrado para o catolicismo foi escolhido para filmagens especiais do filme Guerra nas Estrelas

Você gostou da cena final de Star Wars: O Despertar da Força?

Surpreendentemente, o esplêndido panorama e as antigas ruínas não formavam parte de um set preparado para o filme. É uma ilha real na Irlanda.

Ainda mais intrigante é o fato de que as ruínas que se veem no filme são os restos de um mosteiro cristão do século VI.

Nesse contexto, o simbolismo da cena final impressiona. Não só porque enfatiza temas espirituais fundamentais do filme, mas porque oferece também uma valiosa meditação sobre a batalha invisível que atinge o nosso mundo.

A escolha de filmar na ilha Skelling Michael foi motivada principalmente pela vista impressionante, comentou J. J. Abrams: “fomos honrados em obter permissão para filmar ali. Respeitamos o local o máximo possível, porque sabíamos que era um lugar sagrado”.

Os realizadores do filme fizeram uma excelente escolha ao decidir filmar ali e conseguiram encontrar uma locação que tivesse implicações espirituais tanto no filme como na vida real.

A motivação de O Despertar da Força gira ao redor de Luke Skywalker na esperança de conseguir reanimar e salvar a galáxia. Diz-se que ninguém sabe onde ele está, e os personagens em geral consideram que ele se retirou envergonhado por seus fracassos.

Uma possibilidade discutida é a de que Luke teria ido em busca do primeiro templo Jedi, e um mapa mostraria a localização.

O aspecto interessante é que o filme enfatiza a necessidade de uma resposta “espiritual” para o mal do mundo.

Os personagens não tentam recrutar mais soldados ou construir armas maiores para a Resistência, mas colocam sua esperança em um ancião que acredita que a “Força” é real e tem a chave para superar o “lado escuro”.

É inclusive possível que Luke tenha ido buscar o primeiro templo Jedi não por vergonha, mas pela necessidade de renovar sua “fé”.

Inclusive Han Solo, que na trilogia original não acreditava que as “religiões populares” pudessem vencer batalhas, agora proclama com audácia: “Tudo é verdade”.

O que unifica tudo é a coincidência de que a ilha em que foi filmada a cena final foi dedicada há mais de mil anos a São Miguel Arcanjo (daí o nome de Skelling Michael).

O mosteiro da ilha foi fundado por um dos maiores santos irlandeses, Saint Finnian of Clonard, no século VI.

São Finnian foi formado pelos discípulos de São Patrício e se tornou mestre influente ao longo dos séculos, inspirando muitos santos irlandeses.

São Finnian e os monges que viveram durante a história na ilha Skelling Michael imitavam o exemplo dos Padres do Deserto, que se retiravam do mundo para se dedicar à oração, jejum e meditação.

Eles buscavam deter as ondas do mal no mundo seguindo as palavras pronunciadas por Jesus a seus discípulos: “Esta espécie de demônios não se pode expulsar senão pela oração” (Mc 9, 29).

O que isso significa hoje para nós é que se quisermos realmente combater as forças do mal atualmente, temos de retornar às fontes e renovar nosso compromisso com a oração e o jejum.

Precisamos de uma resposta espiritual à escuridão que desceu ao nosso mundo.

Infelizmente, muitos de nossos mosteiros contemplativos foram abandonados, e nesse processo perdemos parte fundamental do cristianismo.

João Paulo II tentou remediar a situação e instituiu um convento de clausura dentro do Vaticano. Ele sabia que as orações dos religiosos contemplativos mantinham a Igreja no rumo nos momentos de dificuldade.

Bento XVI também reconheceu a importância fundamental da oração contemplativa, transformando esse convento em seu próprio claustro, a partir de onde ele continua rezando por nós e pelo mundo.

Existem inclusive bispos que instituem mosteiros contemplativos em suas dioceses para que elas sejam abençoadas pelas orações dos religiosos.

Mesmo que a maioria de nós não esteja chamada a levar uma vida de oração em um mosteiro, todos podemos fazer a nossa parte no drama cósmico da salvação. Fazendo tudo que pudermos e renovando nossa dedicação à oração e ao jejum, sobretudo em vista da Quaresma.

O mundo depende de nós.

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