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E se todas as mulheres do Sul, Centro-Oeste e Norte do Brasil desaparecessem?

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Aleteia Brasil - publicado em 28/04/16

Os chineses já enfrentam algo parecido: faltam 33 milhões de mulheres na China

Aqui no Brasil, as regiões Sul, Centro-Oeste e Norte, com seus 14 Estados somados, reúnem juntas cerca de 30 milhões de homens e 30 milhões de mulheres. Agora imagine que todas as mulheres desses 14 Estados brasileiros sejam “deletadas”. Todos os homens do Sul, do Centro-Oeste e do Norte teriam que viajar para outros Estados ou países atrás de mulheres.

Pois bem, esta é a situação real de um pouco mais que 33 milhões de homens na China hoje: simplesmente não existem mulheres para eles no país!

A política do filho único

O governo da China adotou na década de 1970 a famigerada “política do filho único”: cada casal só podia ter um filho. O motivo? O governo chinês decidiu combater a chamada “superpopulação”, que já fazia da China o país com a maior quantidade de gente no mundo. O planeta Terra tem hoje, todo ele, 7 bilhões de habitantes. Desses 7 bilhões, a China sozinha tem quase 1,5 bilhão.

Acontece que essa política gerou um déficit de pelo menos 33 milhões de mulheres chinesas.

Por quê? É relativamente simples: quando um casal chinês vai ter um filho, esse filho, obviamente, ou será menina ou será menino. A esmagadora maioria dos chineses prefere um filho do sexo masculino.

E… por quê? Porque, tradicionalmente, é o homem quem vai sustentar os pais na velhice, já que as filhas mulheres, quando se casam, passam a “pertencer” à família do marido. Em resumo: se você tiver um filho homem, ele vai cuidar de você. Se tiver uma filha mulher, você vai perdê-la para a família do marido dela.

“Solução”: boa parte dos casais chineses sistematicamente aborta as filhas meninas, preferindo tentar de novo até conseguir um filho homem. Em consequência dos abortos seletivos, chegou-se à situação atual: faltam mulheres para 33 milhões de homens chineses.

Tráfico de mulheres

Segundo os últimos relatórios anuais do Instituto de Pesquisa Populacional dos EUA, refletindo dados sobre tráfico de pessoas divulgados pelo Departamento de Estado norte-americano, a China se tornou um país de destino para o “tráfico mundial de sexo”.

O tráfico sexual e a prostituição explodiram no país nos últimos anos devido à demanda de mulheres. Acontecem até raptos de mulheres das áreas rurais para as cidades. O crime organizado está “exportando” mulheres de outros países para a China. Mulheres da Rússia, da Europa, da África e das Américas foram raptadas, compradas, enganadas e levadas à força para a Ásia a fim de tentar preencher a lacuna de 33 milhões de mulheres em território chinês.

De acordo com o Departamento de Estado norte-americano, a política do filho único é a principal causa do aumento do tráfico sexual e da prostituição no país.

Mas convenhamos: a causa da causa é sempre de tipo moral. No caso, imoral: a visão do ser humano como “coisa” a ser obtida e usada para fins egoístas, seja por parte dos “compradores de mulheres”, seja por parte dos “vendedores”, seja por parte das famílias “escolhedoras de meninos” mediante o aborto de meninas, seja por parte do governo que quer ditar quem, quando e como pode ter filhos, e quantos.

No fim das contas, qual é a diferença entre essa “cultura” chinesa e a “cultura do descarte” que tanto caracteriza o Ocidente?

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AbortoCultura do descarteMundo
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