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Alicerces da vida cristã: memória, fé e amor misericordioso

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AFP

Vatican News - publicado em 25/06/16

“Deus está presente onde se ama, especialmente onde se cuida, com coragem e compaixão, dos fracos e pobres"

O Papa Francisco presidiu na manhã deste sábado (25/06), na praça central de Gyumri, à celebração da Missa votiva da “Misericórdia de Deus”, da qual participou o Catholicos Karekin II.

Em sua homilia, o Papa partiu da citação de Isaías: “Levantarão os antigos escombros, restaurarão as cidades destruídas”.

“Nestes lugares, podemos dizer que se realizaram as palavras do profeta Isaías, que ouvimos. Depois das terríveis devastações terríveis do terremoto, estamos aqui, hoje, para dar graças a Deus pela sua reconstrução. Gostaria de propor-lhes três alicerces estáveis sobre os quais edificar e reedificar a vida cristã: memória, fé e amor misericordioso”.

Ao explicar o primeiro alicerce, Francisco disse: “A primeira graça que devemos pedir a Deus é a “memória” do que o Senhor realizou em nós e por nós. Ele não nos esqueceu, mas “se lembrou’ de nós: escolheu-nos, amou-nos, chamou-nos e perdoou-nos. Mas também há outra memória a ser salvaguardada: a memória do povo.

Martírio

De fato, a memória do povo armênio, afirmou o Papa, é muito antiga e preciosa; através dela podemos reconhecer a presença de Deus. Apesar das adversidades, o Senhor visitou o seu povo e se recordou da sua fidelidade ao Evangelho, da sua fé e do seu testemunho, a ponto de dar o próprio sangue. Recordemos, com gratidão, que a fé cristã se tornou o respiro do seu povo e o coração da sua memória.

O segundo alicerce apresentado pelo Santo Padre é a “fé”, que constitui a esperança para o futuro e a luz no caminho da vida. A fé nasce e renasce do encontro vivificante com Jesus, da experiência da sua misericórdia, que ilumina todas as situações da vida.

Vida nova

Tudo isto renova a vida, torna-a livre e dócil às surpresas, pronta e disponível para o Senhor e para os outros. Desta forma, vocês podem dar continuidade à grande história de evangelização, da qual a Igreja e o mundo precisam, sobretudo nestes tempos conturbados.

O último alicerce proposto por Francisco, depois da memória e da fé, é o “amor misericordioso” sobre o qual se baseia a vida do discípulo de Jesus. O amor concreto é o cartão-de-visita do cristão.

Reconstruir

Como cristãos somos chamados a construir e reconstruir, incansavelmente, os caminhos da plena comunhão, edificando pontes de união e superando as barreiras que dividem. Os fiéis devem dar sempre o exemplo, colaborando, no respeito recíproco e no diálogo.

Refletindo ainda sobre a liturgia de hoje, o Pontífice frisou que “Deus está presente onde se ama, especialmente onde se cuida, com coragem e compaixão, dos fracos e pobres. Hoje, temos tanta necessidade de cristãos que não desanimam diante das adversidades, mas estejam disponíveis e abertos, prontos a servir, em uma sociedade mais justa.

Doutor da Igreja

Mas, como tornar-nos misericordiosos, perguntou o Papa, e respondeu inspirando-se no exemplo concreto de um grande arauto da misericórdia divina, que o próprio Santo Padre inseriu entre os Doutores da Igreja Católica: São Gregório de Narek, palavra e voz do povo armênio.

“Ele sempre colocou em diálogo as misérias humanas e a misericórdia de Deus, elevando uma ardente súplica feita de lágrimas e confiança no Senhor. Gregório de Narek é um mestre de vida, porque nos ensina que é importante reconhecermo-nos necessitados de misericórdia divina e abrir-nos, com sinceridade e confiança, ao Senhor”.

Conclusão

Por fim, Francisco invocou o Espírito Santo para obtermos o dom da misericórdia divina e de sempre amar. Que ele nos estimule à caridade e às boas obras, segundo a grande misericórdia divina.

No final da Celebração Eucarística, Santo Padre expressou sua viva gratidão ao Catholicos Karekin II e ao Arcebispo Minassian pelas amáveis palavras de saudação, bem como ao Patriarca Ghabroyan e aos Bispos presentes, aos sacerdotes e às Autoridades:

“Agradeço a todos os que participaram desta celebração, vindos a Gyumri de diferentes regiões e até da vizinha Geórgia. Quero saudar, modo particular, os que, com tanta generosidade e amor, ajudam os mais necessitados, sobretudo o hospital de Ashotsk, inaugurado há 25 anos e conhecido como o ‘Hospital do Papa’; nascido do coração de São João Paulo II, o hospital representa uma presença muito importante para quem sofre”.

(Rádio Vaticano)

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