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Papa: “Que tristeza os pastores que se tornam príncipes distantes das pessoas”

Pope Francis General Audience September 07; 2016

© Antoine Mekary / ALETEIA

Vatican Insider - publicado em 16/09/16

Por Iacopo Scaramuzzi

“É feio para a Igreja quando os pastores se tornam príncipes, afastados das pessoas, afastados dos mais pobres…” Na audiência geral na Praça de São Pedro, o Papa Francisco recorda o convite de Jesus àqueles que estão “cansados e sobrecarregados”, àqueles que “não podem contar com os meios próprios, nem com amizades importantes”, oferecendo-lhes o próprio “alívio”.

O papa analisou, na catequese, os três convites, na forma imperativa, de Jesus (“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei”…), “Vinde a mim”, “tomai o meu jugo” e “aprendei comigo”, afirmando: “Que bom seria se todos os líderes do mundo pudessem dizer isso!”.

Acima de tudo, “dirigindo-se àqueles que estão cansados e sobrecarregados, Jesus se apresenta como o Servo do Senhor descrito no livro do profeta Isaías”, e “estes desconfiados da vida, o Evangelho muitas vezes coloca ao lado também dos pobres e dos pequeninos. Trata-se – explicou Francisco – daqueles que não podem confiar nos seus meios próprios, nem em suas amizades importantes. Eles só podem confiar em Deus. Conscientes da própria condição humilde e miserável, eles sabem que dependem da misericórdia do Senhor, esperando d’Ele a única ajuda possível. No convite de Jesus, finalmente, eles encontram resposta à sua espera: tornando-se seus discípulos, eles recebem a promessa de encontrar alívio para toda a vida”, uma promessa, depois, estendida, ao término do Evangelho, “a todas as nações”, como demonstrado também por todos os peregrinos que, durante o Jubileu de Misericórdia, estão atravessando as Portas Santas nas catedrais, nas igrejas de todo o mundo, mas também “nos hospitais, nas prisões”, para que encontrem, disse o papa, “o alívio que só Jesus sabe dar”.

Dizendo, depois, “tomai o meu jugo”, explicou Francisco, “em polêmica com os escribas e os fariseus, Jesus coloca sobre os seus discípulos o seu jugo, no qual a Lei encontra o seu cumprimento. Ele quer lhes ensinar que descobrirão a vontade de Deus mediante a sua pessoa, mediante Jesus, não mediante leis e prescrições frias que Jesus mesmo condena”.

Por fim, “Jesus não é um mestre que, com severidade, impõe aos outros pesos que Ele não carrega. Essa é a acusação que Ele fazia aos doutores da lei. Ele se dirige aos humildes e aos pequenos, porque ele mesmo se fez pequeno e humilde. Ele compreende os pobres e os sofredores porque Ele mesmo é pobre e provado pelas dores. Para salvar a humanidade, Jesus não percorreu uma estrada fácil; ao contrário, o seu caminho foi doloroso e difícil. O jugo que os pobres e os oprimidos carregam é o mesmo jugo que ele carregou antes deles: por isso, é um jugo leve. Ele carregou sobre os ombros as dores e os pecados da humanidade inteira”.

Jesus “se fez próximo de todos, dos mais pobres, era um pastor e estava entre as pessoas, entre os pobres, trabalhava todo o dia com eles, Jesus não era um príncipe (…) é feio para a Igreja – afirmou o papa de improviso – quando os pastores se tornam príncipes, afastados das pessoas, afastados dos mais pobres. Esse não é o espírito de Jesus. Jesus repreendia esses pastores, e sobre esses pastores Jesus dizia ao povo: ‘Façam o que eles dizem, mas não o que eles fazem’”.

“Queridos irmãos e irmãs, também para nós há momentos de cansaço e de desilusão”, concluiu o papa. “Então, lembremo-nos destas palavras do Senhor, que nos dão tanta consolação e nos levam a entender se estamos colocando as nossas forças a serviço do bem. De fato, às vezes, o nosso cansaço é causado pelo fato de ter colocado a confiança em coisas que não são o essencial, porque nos afastamos daquilo que realmente importa na vida.”

Nesse sentido, “não deixemos que nos tirem a alegria de ser discípulos do Senhor. ‘Mas, padre, eu sou um pecador…’: deixa-te levar por Jesus, sente sobre ti a Sua misericórdia, e o teu coração será preenchido de alegria e perdão. Não nos deixemos roubar a esperança de viver esta vida junto com Ele e com a força da Sua consolação”.

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