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Um operário italiano relata como o padre Amorth o livrou do diabo

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Ary Waldir Ramos Díaz - publicado em 21/09/16

“Depois de seis anos terríveis, eu saí do pesadelo”, diz o homem, que falava inglês sem saber e era agredido fisicamente pelo demônio

Perto dos lugares sagrados, ou durante a oração, eu não era mais eu mesmo. Acordava com frequência, de madrugada, com arranhões na pele. Não era eu que me arranhava, mas os arranhões estavam lá. E um dos sinais mais inexplicáveis, que aconteceu nos primeiros exorcismos enquanto o pe. Amorth fazia a sua oração, era que eu estava falando em inglês. Eu dizia coisas corretamente nessa língua”, contou Alberto ao jornal italiano La Repubblica, em entrevista publicada no último domingo, 18 de setembro.

Alberto, que, aliás, não sabe falar inglês, é o nome fictício usado nessa entrevista por um operário do norte da Itália que aceitou relatar a sua história ao repórter Pablo Rodari, embora mantendo a própria identidade em sigilo.

Depois de seis anos terríveis, eu saí do pesadelo”, afirmou ele, em referência ao seu encontro com o sacerdote exorcista falecido na semana passada. Os jornais italianos publicaram nos últimos dias vários testemunhos de ex-possuídos que relatam a obra do padre Gabriele Amorth, que faleceu por complicações pulmonares, aos 91 anos, na noite da última sexta-feira, 16 de setembro de 2016. Exorcista da diocese de Roma, ele era mundialmente conhecido pelo seu ministério.

Falar um idioma desconhecido não é incomum nos casos como o de Alberto. “Ah, eu não sabia inglês. Nunca tive oportunidade de estudar. Mas durante o exorcismo eu estava falando e insultando o pe. Amorth, a Igreja, Deus, Nossa Senhora”.

Alberto pediu ajuda ao padre Amorth depois de ter feito experiências de ocultismo e esoterismo: ele tinha participado de vários ritos a convite de uma amiga. “Só depois eu me dei conta de que isso tinha aberto as portas de uma realidade sobrenatural que invadiu a minha vida e o meu corpo”.

No primeiro encontro, Alberto recorda que, enquanto o sacerdote rezava uma simples ladainha em latim, seu corpo reagiu entrando em transe, o que pode ser o primeiro sinal de uma eventual possessão.

Ele acrescenta que, nos primeiros meses, fez várias visitas médicas, porque o pe. Amorth queria ter certeza que não se tratava de um transtorno psíquico. A medicina, porém, não deu resposta aos seus sofrimentos: ele foi declarado “aparentemente sadio”.

Os exorcismos aconteceram “num clima de grande serenidade” durante seis anos, prossegue Alberto. “O pe. Amorth me deu as boas-vindas em uma sala ao lado de uma igreja. Foram chamadas algumas pessoas para ajudá-lo. Eles oraram durante o exorcismo e me seguraram quando eu sofri um ‘arrebatamento’. Todo o mundo foi muito cordial. O próprio pe. Amorth sempre diminui a tensão com alguma brincadeira”.

Alberto relata que, após os exorcismos, sentia muita tranquilidade, mas, poucos dias depois, precisava de uma nova sessão de oração.

A libertação veio depois de seis anos, após uma profunda mudança no seu estilo de vida. “O pe. Amorth me pediu para começar uma vida diferente, feita de oração e jejum. Eu aceitei. Foram anos em que, pouco a pouco, eu me aproximei da fé”.

Um dia eu fui receber mais um exorcismo, mas o padre começou a orar e eu não tinha nenhuma reação”. Foi quando o padre Amorth lhe disse que estava livre. “Mas se lembre: você tem que continuar com esta vida; se não, tudo aquilo vai voltar”, afirma Alberto em seu depoimento ao segundo jornal mais lido de toda a Itália.

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