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“Queen of Katwe”: um filme que pode mudar nossa vida

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Photo courtesy of Disney

Paul Asay - publicado em 25/10/16

Baseado em uma história real, este filme poderia receber indicações ao Oscar

Eu vejo muitos filmes, e muitas pessoas me perguntam: Este é bom? Normalmente a pessoa está perguntando se eu gostei de um determinado filme ou não. Ela quer saber se foi engraçado ou empolgante e se eu acho que poderia ser indicado ao Oscar.

Mas há outro tipo de “bom” que eu olho quando vejo um filme, e isso me leva ao novo filme da Disney, Queen of Katwe.

Phiona Mutesi, a personagem principal do filme (interpretada por Madina Nalwanga), vive em uma das regiões mais pobres de Uganda, nas ruas caóticas de Katwe. Ela não tem pai e sua mãe não tem dinheiro para mandá-la para a escola. Todas as noites, a pequena e lutadora família se reúne para agradecer por aquilo que eles têm… mas eles têm muito pouco.

“Você acha que Deus se esqueceu de nós?”, Phiona pergunta para sua irmã mais velha, Night.

“Eu não acho que Deus cuide de nós”, diz Night.

Robert Katende (interpretado por David Oyelowo) foi para a escola para ser engenheiro, mas os empregos são escassos. Enquanto espera por algo melhor, Robert aceita um emprego como diretor de esportes. Robert também é um talentoso jogador de futebol, e a ideia é que ele ensine futebol às crianças pobres das favelas. As crianças poderão fazer algum exercício, se divertir, alimentar e, se tudo correr bem, encontrar um pouco de esperança.

Mas Robert tem outra paixão: xadrez. E logo ele começa a ensinar às crianças – a maioria não sabe ler nem escrever – como jogar o elegante jogo de tabuleiro, que normalmente só é jogado pelos mais ricos de Uganda.

Uma tarde, Phiona e seu irmão tropeçam em clube de xadrez de Robert. Phiona – malcheirosa e pobre – começa a aprender de outra menina o básico do jogo.

A menina segura um peão e o chama de “pequeno homem”. Ela aponta para o rei e o chama de presidente. A rainha, a menina explica, é a peça mais poderosa no tabuleiro. E se você perdê-la, acabou – a menos que você, de alguma forma, mova um peão lentamente em todo o comprimento do tabuleiro. O momento em que o peão alcança a outra extremidade, ele pode se tornar outra peça… até mesmo a poderosa rainha.

“No xadrez, o pequeno pode se tornar grande”, diz Phiona. “É por isso que eu gosto”.

As atuações em Queen ofKatwe são incríveis: Nalwanga interpreta Phiona com graciosidade e espírito. Lupita Nyong’o, que ganhou um Oscar por seu trabalho em 12 Years a Slave (12 Anos de Escravidão), interpreta a mãe de Phiona. O ano ainda não acabou, mas até agora, Queen of Katwe tem um lugar no meu top 10 pessoal de 2016.

Mas o filme, baseado em uma história real, é mais do que apenas uma história: é um daqueles raros filmes que podem fazer de você uma pessoa melhor. Eu assisti ao filme com uma pessoa que trabalha para uma dessas agências de ajuda cristã – uma agência que ajuda crianças em todo o mundo, incluindo Uganda. Esse ministério, e outros iguais a ele, ajudam a fornecer aos mais pobres alimentos, vestuário, educação, e até mesmo abrigo. Graças à generosidade de inúmeros doadores, milhões e milhões de crianças recebem esperança. Nem todas se tornarão campeões de xadrez, é claro, mas algumas se tornarão médicos, advogados, professores e políticos. Elas conseguirão emprego, irão se casar e criar seus filhos em circunstâncias melhores.

No filme, Phiona se pergunta se Deus se esqueceu de sua família. Ele não tinha esquecido, mas, muitas vezes, nós esquecemos. Esquecemos que, como cristãos, somos chamados a nos doar, a mostrar o rosto de Jesus para o mundo que nos cerca. O talento e dedicação de Phiona ao jogo de xadrez é louvável, mas ela nunca teria tido uma oportunidade de descobrir o xadrez sem a ajuda de um ministério cristão – o que contratou Robert e é apoiado por pessoas como você e eu.

Quando doamos para causas que valem a pena – quando doamos nosso tempo e energia, e nosso dinheiro – temos a rara oportunidade de entrar em histórias maiores do que nós. Temos uma oportunidade de ajudar a ser uma peça de Deus. Isso não é um dever; isso é uma honra.

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