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Dor de criança rejeitada pelo pai ultrapassa o emocional e vira física, diz estudo

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Vix - publicado em 23/11/16

Pesquisadores da Universidade de Connecticut investigaram os impactos na personalidade de quem sofreu rejeição do pai na infância

Nem é preciso a Ciência dizer que a participação de quem exerce o papel paternal é fundamental no desenvolvimento da criança, mas, para confirmar essa teoria no campo da psicologia social, pesquisadores da Universidade de Connecticut, nos EUA, investigaram os impactos na personalidade de pessoas que sofreram rejeição do pai na infância.

As conclusões da pesquisa foram publicadas no Science Daily e trazem evidências sobre o impacto do amor e da dedicação (ou da falta deles) na vida adulta dos participantes.

De acordo com os pesquisadores, não há nenhuma outra experiência pessoal que tenha um efeito tão forte quanto a rejeição do pai – seja por qual motivo for – especialmente quando ainda se é criança.

Os cientistas ainda investigaram como se configura a dor de não ser aceito por quem deveria estabelecer o vínculo paternal e quais são os aspectos sociais que interferem na relação pai e filho. Leia mais a seguir.

Importância do pai na infância

Os pesquisadores da Universidade de Connecticut, Abdul Khaleque e Ronald Rohner, analisaram 36 estudos de psicologia social, totalizando mais de 10 mil participantes, para estabelecer qual é a relação da aceitação ou da rejeição do pai com as características de personalidade dos voluntários na vida adulta.

A primeira conclusão diz respeito à forma de reagir a esse comportamento de quem deveria cuidar e representar uma “figura de apego”.

“Crianças e adultos em todos os lugares, independentemente das diferenças de raça, cultura e gênero, tendem a responder exatamente da mesma maneira quando se percebem como sendo rejeitados por seus cuidadores ou figuras de apego”, relataram.

As respostas foram classificadas, de maneira geral, em dois pares de características de personalidade: ansiedade e insegurança ou hostilidade e agressividade. Estes fatores podem perdurar até quando o indivíduo vira adulto, “tornando mais difícil que os rejeitados formem relações seguras e de confiança com seus parceiros íntimos”.

O estudo pondera que as conclusões também levam em conta as disposições de personalidade.

Como é a dor de ser rejeitado

Khaleque e Rohner também cruzaram pesquisas dos campos da psicologia e da neurociência e constataram que as partes do cérebro que são ativadas quando as pessoas se sentem rejeitadas são as mesmas de quando experimentam dor física.

Um fator, especialmente, torna a experiência da rejeição ainda mais negativa, segundo os pesquisadores: a possibilidade de reviver a dor emocional ao longo dos anos.

“Ao contrário da dor física, as pessoas podem reviver psicologicamente a dor emocional da rejeição repetidamente durante anos”, diz Rohner.

Amor e desenvolvimento

Por fim, a pesquisa concluiu que o amor do pai é fundamental para o desenvolvimento pessoal e que o reconhecimento desta importância deve mitigar a incidência de ‘culpa da mãe’, conceito muito comum no convívio social para justificar o comportamento das crianças.

“A grande ênfase nas mães e na maternidade leva a uma tendência inapropriada de culpar as mães pelos problemas de comportamento das crianças e pelo desajuste quando, de fato, os pais são frequentemente mais implicados do que as mães no desenvolvimento de problemas como estes”.

(via Vix)

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