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Fidel Castro e os Papas Francisco, Bento XVI e João Paulo II

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Osservatore Romano/Michael Gangne/CUBADEBATE via AFP

Aleteia Brasil - publicado em 28/11/16

Houve alguns avanços, mas muitos e grandes desafios ainda permanecem - como a perseguição religiosa

Três Papas se encontraram com Fidel Castro: Francisco, Bento XVI e João Paulo II.

Em comum entre as visitas, a tentativa de fomentar o diálogo e aumentar na ilha de Cuba o respeito pelos direitos humanos mais básicos, entre os quais a liberdade: de movimento, de crença, de expressão. Houve alguns avanços – mas muitos e grandes desafios continuaram e ainda permanecem.

FRANCISCO

Na visita a Cuba em setembro de 2015, o Papa Francisco se encontrou com Fidel depois de declarar em alto e bom som, na homilia da missa celebrada em plena Plaza de la Revolución: “Não se serve a ideologias. Serve-se a pessoas”.

Francisco é apontado como um dos grandes responsáveis pela reaproximação entre Cuba e os Estados Unidos, que visa melhorar a vida da população cubana com a abertura da ilha ao mundo e o consequente aumento da transparência nas políticas de respeito aos direitos humanos, ainda limitados no país comunista, quando não ativamente reprimidos.

A reação de Francisco à notícia da morte de Fidel Castro foi considerada “discreta”. O Santo Padre enviou um telegrama a Raúl Castro em que afirma rogar à padroeira de Cuba, Nossa Senhora da Caridade do Cobre, pelo conforto da família e de todo o povo cubano.

BENTO XVI

O Papa Bento XVI recebeu Fidel Castro na nunciatura apostólica de Havana, onde ambos falaram sobre um assunto inesperado: Fidel disse ter notado algumas mudanças na liturgia católica em comparação com o rito que conhecera na juventude, e o Santo Padre lhe explicou o sentido dessas alterações, além de abordar a questão da liberdade religiosa, tema ainda espinhoso na ilha.

Os dois recordaram também a memória de São João Paulo II, o pontífice que passou mais tempo com o líder cubano. Fidel chegou a agradecer a Bento XVI por ter canonizado o pontífice antecessor.

SÃO JOÃO PAULO II

O Papa polonês foi o primeiro a visitar a ilha, a convite do próprio Fidel. Em 19 de novembro de 1996, o Santo Padre, notório detrator de toda ideologia que tente impedir o homem de se aproximar de Deus, tinha recebido Fidel Castro no Vaticano e ouvido dele o convite a visitar a ilha. O então mandatário reconheceu, na ocasião, o compromisso da Igreja católica no âmbito da educação e da assistência social ao povo cubano.

Que Cuba se abra ao mundo com todas as suas magníficas possibilidades, e que o mundo se abra a Cuba”: esta se tornou a frase-símbolo da histórica visita de São João Pablo II ao país em janeiro de 1998. O Santo Padre foi imparcial: criticou o embargo norte-americano e também criticou a repressão imposta pelo regime às liberdades civis.

No último discurso do Papa em Cuba, chovia. O Santo Padre, inspiradamente, declarou: “A chuva nas últimas horas da minha estada em Cuba pode significar um advento. Meu desejo é que esta chuva seja um bom sinal de um novo advento na sua história”.

PERSEGUIÇÃO PROSSEGUE

De fato, houve em Cuba, como já dito, alguns avanços em termos de direitos civis e liberdades individuais, inclusive religiosa, embora tímidos e ainda distantes do aceitável. Também houve, porém, a manutenção de práticas repressivas e, em alguns casos, até seu recrudescimento.

Para começar, nenhum dos três pontífices que visitaram Cuba teve permissão para conversar com os dissidentes políticos. Por quê? Leia mais sobre isto neste artigo.

Além disso, atos de perseguição contra católicos e sua prática religiosa continuam sendo registrados. Em pleno 2015, por exemplo, o sacerdote mexicano Luis Miguel García foi preso assim que desembarcou na ilha a convite do próprio cardeal de Cuba, que nada pôde fazer para libertá-lo. O pe. Luis Miguel conta a sua aterradora experiência nesta entrevista concedida a El Prisma(em espanhol).

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