O ataque contra o maior hospital militar do Afeganistão em Cabul terminou depois de seis horas de troca de tiros, indicaram nesta quarta-feira várias fontes das forças de segurança à AFP.
“O ataque terminou e todos os criminosos foram abatidos”, informou à AFP Sediq Sediqqi, porta-voz do ministério do Interior.
O grupo Estado Islâmico (EI) reivindicou o ataque.
“Um homem-bomba detonou explosivos diante do hospital militar. Vários criminosos entraram em seguida no edifício e continuam no local”, afirmou mais cedo à AFP uma fonte militar que pediu anonimato.
Os criminosos, com uniformes da equipe médica, entraram no hospital e atiraram à queima-roupa, afirmaram testemunhas.
“Estava trocando de quarto quando vi um homem com roupa de médico e que atirava com um fuzil AK-47 contra os guardas e os pacientes no terceiro andar. Consegui escapar, mas um amigo ficou ferido”, declarou à AFP o enfermeiro Abdul Qadeer.
“Estamos levando os pacientes para áreas seguras”, disse à AFP Abdul Hakim, um dos diretores do centro médico.
“O hospital Sardar Daud Khan está sendo atacado. Sabemos que vários criminosos vestidos com uniformes médicos entraram no local”, afirmou o porta-voz do ministério da Defesa, o general Daulat Waziri.
“Enviamos reforços”, completou o porta-voz, que citou “vítimas” no local.
Os primeiros tiros e uma explosão foram ouvidos às 9H10 locais (1H40 de Brasília). Uma hora e meia depois o ataque prosseguia.
Às 10h35 e 10H45 novas explosões foram registradas.
“Estava preparando meus pacientes para uma cirurgia quando vi três homens armados vestidos como médicos”, contou um médico a um canal de televisão.
“Atiraram na minha direção, mas consegui escapar. Os criminosos estão no hospital, tentamos controlar a situação”, completou.
“Rezem por nós”, escreveu outro médico no Facebook.
O hospital atende tanto os integrantes das forças de segurança como os insurgentes.
O primeiro-ministro Abdullah Abdullah citou “várias vítimas”, sem revelar detalhes.
O ataque acontece uma semana depois dos atentados suicidas de 1º de março contra duas sedes das forças de segurança de Cabul – da polícia e do Serviço de Inteligência (NDS) -, que deixaram 16 mortos e mais de 100 feridos.
A ação da semana passada foi reivindicada pelos talibãs.
(AFP)