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Os militares do Papa

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Jaime Septién - publicado em 01/03/13
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Críticos vazios repetem lugares-comuns na mídia, sem entender as razões do pontífice

Há muitas versões sobre a famosa pergunta de Stalin: “Quantas divisões militares tem o Papa?”. A realidade é que Stalin falou a Pierre Laval, ministro francês de Assuntos Exteriores, pouco depois da Alemanha restabelecer suas forças aéreas e implementar o serviço obrigatório, em maio de 1935. Desde então, até hoje, a pergunta tem sido motivo de piada contra o Papa, que é defendido por alguns soldados com vestes folclóricas, desenhadas por Michelangelo.

 

O empenho de muitos críticos consiste em mostrar a Igreja católica como uma organização política um tanto ridícula, decadente, governada por um presidente mundial (o Papa), apoiado em vice-presidentes de diversas nacionalidades (os cardeais) e em governadores locais (os bispos). Os sacerdotes seriam os burocratas de nível inferior. E as monjas, suas secretárias…

 

Por mais contraditório que seja, esses mesmos críticos dotam a Igreja Católica de um poderio imenso. Político, obviamente. Baseado em enganar e em ameaçar ao inferno 1,2 bilhão de seres humanos, crentes em fantasias como a ressurreição de Jesus ou sua permanência através da eucaristia. Tudo para ganhar dinheiro, manter os negócios vaticanos em segredo, tirar heranças de viúvas ricas e abusar de menores de idade.

 

A renúncia de Bento XVI reacendeu a artilharia contra a Igreja. Todos os críticos sabem perfeitamente os motivos de Bento XVI a se retirar a uma vida de oração. Motivos que se resumem em dois: a) os lobos o assustaram, b) porque a barca de Pedro já afundou e o capitão está saindo antes de se afogar… Por trás de todas essas elucubrações, persiste a ideia de que a Igreja católica é um grupo de políticos de batina, aliados às mais obscuras forças antiprogressistas.

 

Não necessariamente toda opinião tem valor. Seria valiosa se fosse bem fundamentada. Ajudaria a entender a profundidade de um gesto como a renúncia. Algo próprio dos críticos vazios é repetir o que se tem dito. Repetir uma mentira um milhão de vezes jamais gerou uma verdade. Por exemplo, a mentira de que a essência da Igreja é política e que o Papa desistiu por já não ter em suas mãos o comando. A um ato de suprema liberdade – inusitado em nosso entorno social e político – é lançado na lama da suspeita. 

 

O Papa não apresentou a renúncia a um Congresso. Ninguém teve de aceitá-la. É a Jesus que ele devolve o cetro. Ao dono e senhor da Igreja. Ele saberá quem nomear como seu vigário na Terra. Essa é a compreensão de uma instituição cuja origem é sobrenatural. 

 

Stalin não entendeu que as “divisões militares do Papa” não estão compostas por canhões, mas de homens e mulheres que amam a paz e têm pro mandamento supremo as obras do amor. Os críticos vazios não entendem hoje que o Papa não se vai: ele permanece, como Santa Teresinha, no coração da Igreja.