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Para que servem as congregações gerais dos cardeais?

Aleteia Vaticano - publicado em 05/03/13

Qual é a finalidade destas reuniões, se ainda não são parte do conclave?Começaram ontem as congregações gerais. Mas… isso não é o conclave? Os cardeais já estão reunidos "a portas fechadas" até a eleição do novo papa? E se não é assim, para que eles se reúnem nestes dias, afinal?
 
A constituição apostólica "Universi dominici gregis" (João Paulo II, 1996) regulamenta o processo de eleição do papa, e estabelece: "Durante o tempo em que estiver vacante a Sé Apostólica, o governo da Igreja está confiado ao Colégio dos Cardeais, mas somente para o despacho dos assuntos ordinários ou inadiáveis, e para a preparação daquilo que é necessário para a eleição do novo Pontífice".
 
Os cardeais são os principais colaboradores do Papa e, na ausência deste, corresponde a eles ocupar-se dos assuntos cotidianos do governo da Igreja, ainda que seu poder não seja como o do bispo de Roma; eles não podem, por exemplo, nomear bispos para as dioceses do mundo – atribuição reservada ao Papa.
 
As atribuições do Colégios dos Cardeais em espera da eleição do novo papa consistem em:
 
– Resolver os assuntos cotidianos, ou seja, todas as questões da vida diária da Santa Sé;
 
– Tratar questões que requerem uma intervenção urgente;
 
– Preparar o conclave.
 
O Colégio Cardinalício desempenha estas tarefas com as congregações dos cardeais. Existem dois tipos de congregações:
 
Geral: dela participam todos os cardeais, tanto eleitores como não eleitores.
 
Particular: composta pelo cardeal camerlengo e 3 cardeais assistentes. Seus nomes são sorteados entre os cardeais eleitores que já estão presentes em Roma. O cargo dura três dias; depois disso, são sorteados outros 3 cardeais, para mais 3 dias, e assim por diante. Esta congregação se encarrega de gerir todas os assuntos cotidianos da Santa Sé.
 
As congregações gerais que precedem o conclave são chamadas de "preparatórias" e se desenvolvem com ritmo cotidiano.
 
Na primeira congregação, realizada no dia 4 de março, os cardeais prestaram juramento sobre o processo de eleição do futuro papa e sobretudo o que exigirá o segredo durante a sé vacante.
 
O juramento concluiu de maneira pessoal: cada cardeal colocou a mão sobre o Evangelho e afirmou: "Assim me ajudem Deus e estes santos Evangelhos que toco com minha mão".
 
Nas primeiras congregações, os cardeais são informados sobre a preparação da sua hospedagem durante o conclave, bem como da Capela Sistina (lugar em que ocorrem as votações). O objetivo é que a eleição do Papa aconteça de maneira ágil, ordenada e com a máxima reserva.
 
Outra das tarefas é escolher dois eclesiásticos para que se encarreguem de dirigir meditações sobre os problemas da Igreja neste momento e sobre os motivos sobrenaturais que devem guiar os cardeais na eleição do futuro papa.
 
Quanto à data de início do conclave, ela ainda não foi definida porque nem todos os cardeais já chegaram a Roma.