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O segredo das urnas

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Aleteia Vaticano - publicado em 06/03/13
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Foram confeccionadas três peças para maior funcionalidadeDentro de poucos dias, os cardeais eleitores entrarão na Capela Sistina para o conclave, e suas decisões sobre a pessoa do futuro pontífice serão confiadas ao "segredo das urnas". O Departamento de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice explicou como são preparadas as urnas que serão utilizadas no próximo conclave.
 
Até João Paulo II, para recolher os votos dos conclaves do último século, eram utilizados um cálice e um cibório, conservados até hoje na sacristia pontifícia da Capela Sistina.
 
Com a promulgação da constituição apostólica Universi dominici gregis, sobre a sé vacante e a eleição no Pontífice Romano, em 1996, apresentou-se a necessidade de adequar as urnas às novas normas (cap. V).
 
Junto ao cálice e ao cibório previstos anteriormente, colocava-se uma nova urna, destinada a recolher o voto daqueles cardeais que tinham direito ao voto, mas que, por qualquer doença, não podiam se deslocar até a Capela Sistina. Neste caso, três cardeais eleitos por sorteio e chamados de "infirmarii" se encarregavam de recolher o voto dos enfermos.
 
Portanto, mais que confeccionar uma única urna, decidiu-se projetar três novas, para torná-las mais funcionais, mas também para padronizá-las segundo um único estilo artístico.
 
As três urnas são de prata e bronze dourado, e se caracterizam por uma linguagem iconográfica ligada a duas simbologias: a do pastor e o rebanho (o Papa é o pastor que, em nome de Cristo, tem a tarefa de "confirmar os irmãos") e a dos símbolos eucarísticos da uva e das espigas de trigo.
 
A ideia do pastor, sublinhada por três pequenas ovelhas, adorna a primeira urna, que deverá conter os votos dos cardeais eleitores. As normas falam de um prato que se coloca sobre esta urna, e prescrevem que cada cardeal deverá "depositar seu voto no prato e, com este, introduzi-la no recipiente" que está embaixo. Este prato ostenta os símbolos dos pássaros, da uva e das espigas de trigo.
 
A segunda urna – utilizada somente no caso da presença no conclave de cardeais limitados por doenças, ao ponto de não poder sair do quarto – apresenta uma chave, para maior sigilo do voto.
 
A terceira urna serve para recolher os votos antes de que estes sejam queimados, para dar o sinal da não eleição (fumaça preta) ou da eleição do novo papa (fumaça branca).
 
Sobre a parte superior dela, encontra-se a figura do Bom Pastor, e aos pés da pequena escultura, duas chaves – o tradicional símbolo do poder papal que tem suas raízes no Evangelho e na afirmação de Jesus a Pedro de que lhe dará "as chaves do Reino dos céus".
 
A confecção das urnas foi confiada ao artista Cecco Buonanotte, o mesmo autor das portas de entrada dos Museus Vaticanos, inauguradas com o Jubileu do ano 2000.

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