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Por que a doutrina da Igreja diz que os atos homossexuais são “intrinsecamente desordenados”?

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Aleteia Vaticano - publicado em 27/03/13

A complementariedade entre os sexos está escrita em nossos corpos

O debate sobre o casamento homoafetivo se tornou tão confuso que já não conseguimos voltar às bases para considerar a razão pela qual a Igreja se opõe a estas uniões. Muitos, de fato, não entendem por que a Igreja ensina que os atos homossexuais são "intrinsecamente desordenados". O problema é que grande parte da sociedade não admite a existência da lei natural – que é a base deste raciocínio – e prefere pensar que não existe um significado inscrito em nossa natureza, e que só importa o que nós decidimos.

É preciso acrescentar que este conceito da orientação não se aplica unicamente à sexualidade; também existe uma maneira ordenada de comer (para nutrir-nos), assim como uma maneira desordenada de comer (comer e vomitar, por exemplo, que não facilita a finalidade do ato de comer, que é fortalecer nossos corpos).

A doutrina da Igreja se baseia não somente na Revelação, mas também na forma como nossos corpos estão naturalmente determinados. A primeira dica da natureza intrínseca da orientação é a existência de dois sexos. Karol Wojtyla, agora Beato João Paulo II, escreveu que "todo ser humano é, por natureza, um ser sexual, e pertence, desde o seu nascimento, a um dos dois sexos. Da mesma maneira, que cada ser humano seja um ser sexual e membro de um dos dois sexos significa que a total existência de uma pessoa tem uma particular orientação, que se manifesta em seu atual desenvolvimento interno" (livro "Amor e responsabilidade").

Sabendo que cada pessoa é homem ou mulher, podemos logicamente questionar as uniões sexuais entre pessoas do mesmo sexo. Wojtyla novamente explica a sexualidade de uma maneira que nos permite entender o corpo e sua natureza. Ele escreve:

"O impulso sexual se expressa por si mesmo nos processos da vida, de maneira que o organismo que possui características masculinas 'requer' um organismo com características femininas, junto à qual possa alcançar o fim apropriado, o fim no qual a vitalidade sexual do corpo chega à sua consumação natural. O processo da vida sexual está naturalmente dirigido à procriação, e o sexo oposto contribuiu para este fim."

Em outras palavras, a complementariedade sexual entre os sexos está escrita em nossos corpos; não é só a maneira complementar pela qual os dois sexos se unem nas relações sexuais, mas também é preciso levar em consideração o fruto natural desta união: os filhos. Apesar de nem todas as uniões heterossexuais terminarem em procriação, a união heterossexual pode alcançar a procriação de uma maneira que as relações homossexuais, a masturbação ou o a bestialidade não o faz. Estes últimos podem levar a um clímax sexual que talvez produza um prazer passageiro, mas não são a união de dois corpos que foram planejados para encaixar um no outro, nem são a potencial criação de uma nova vida.

O Pe. Saul Scalia, sacerdote da diocese católica de Arlington, explica: "Ainda que nossas culturas defendam a existência de diversas 'orientações', a realidade é que só existe uma: a heterossexual. Esta é outra maneira de expressar a verdade de que a sexualidade humana foi planejada e ordenada para um propósito. Está orientada à união heterossexual, para a procriação e a união marital. Qualquer outra coisa é uma des-orientação, que significa que não está orientada aos fins próprios da sexualidade".

Quando falamos de "desorientação" ou "desordem", é importante remarcar que a Igreja não está dizendo que esta pessoa é desordenada; a Igreja ensina que os atos homossexuais são desordenados. Que existam sentimentos ou atrações genuínas com relação a uma pessoa do mesmo sexo não significa que estes sentimentos sejam adequados ou frutíferos. Uma pessoa é mais que seus impulsos sexuais, e a Igreja considera todas as pessoas, incluindo as que se consideram homossexuais.

A antropologia cristã convida, portanto, a prestar atenção na realidade da lei natural. Nossas atrações, sentimentos e opiniões não determinam nossa orientação sexual. A diferença física entre os sexos e seu fim unitivo e procriativo óbvio, presentes no ato sexual, indicam uma moral sexual na qual os atos homossexuais são considerados contra a natureza; e assim como os cristãos estão chamados a uma vida casta, os homossexuais estão especificamente chamados a praticar o celibato como um meio para obter sua santificação.

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