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Quando um filho nos ensina a amar

Aleteia Vaticano - publicado em 05/04/13

O abraço que comoveu o mundo

As saudações do Papa Francisco aos fiéis durante as audiências e celebrações que ocorreram nos primeiros dias de seu pontificado tiveram uma característica muito humana e comovente: a atenção aos mais vulneráveis, às pessoas com deficiência, cujo sorriso aqueceu o coração tanto daqueles que estiveram lá como dos que acompanharam o Papa através dos meios de comunicação.

No final da Missa do Domingo de Páscoa, o Pontífice fez uma volta na Praça de São Pedro para saudar os presentes, e deu um forte abraço em um menino com paralisia cerebral, Dominic. O Papa beijou o pequeno "com amor paternal", e depois se comoveu (Stanze Vaticane, 31 de março). Seu encontro se tornou a "imagem símbolo" das celebrações solenes da festividade pascoal, a primeira com o Papa Bergoglio (TgLa7, 31 de março).

O pai de Dominic, o professor de teologia americano Paulo Gondreau, ofereceu uma reflexão sobre o abraço entre o Papa e seu filho, publicada no site Catholic Moral Theology.

"Este momento de ternura, o encontro de um moderno Francesco com um moderno Domingos (como muitos sabem, a tradição conta que São Francisco e São Domingos tiveram a alegria de um encontro histórico), comoveu não só a minha família, não apenas os que estavam perto, não apenas as milhares de pessoas que estavam assistindo pelos telões da praça, mas o mundo inteiro", escreveu Gondreau (Vino Nuovo, 3 de abril).

Muitas vezes, reconhece o professor de teologia, é difícil tentar explicar às pessoas que não têm filhos com deficiência os "sacrifícios ocultos" necessários à família todos os dias. "Além disso – comentou –, tendo muitas vezes a ver o meu relacionamento com ele só de um lado. Sim, ele sofre mais do que eu, mas sou sempre eu que devo ajudá-lo. Esta é a forma como a nossa cultura tende a olhar para as pessoas com deficiência: como pessoas fracas, carentes, que dependem muito dos outros e podem oferecer pouco, talvez nada, à vida das pessoas ao seu redor."

"O abraço do Papa Francisco no meu filho inverteu completamente esta lógica e, de forma pequena, mas poderosa, mostrou mais uma vez como a sabedoria da Cruz confunde a sabedoria dos homens."

"Seu filho está aqui para mostrar às pessoas como se ama", disse à mãe de Dominic uma senhora presente na celebração. Nós, seres humanos, reconhece o pai, "fomos feitos para amar, mas precisamos de exemplos que nos mostrem como fazer isso".

A lição dada por esta criança é, assim, "um poderoso testemunho da dignidade e do valor infinitos de cada pessoa, especialmente daquelas que o mundo considera mais fracas e 'inúteis'. Através de sua partilha da 'loucura' da Cruz, as pessoas com deficiência se tornam mais fortes e mais produtiva entre nós".

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