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Movimentos pentecostais: desafio para a Igreja

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Aleteia Vaticano - publicado em 16/04/13

Evangélicos serão mais de 500 milhões no mundo em uma década

Para o cardeal Kurt Koch, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, no hemisfério sul, o "principal problema" hoje da Igreja Católica não é mais o diálogo com as Igrejas cristãs históricas, mas a relação com grande gama de movimentos "evangélicos, pentecostais e carismáticos". Trata-se de movimentos que consideram as divisões entre os cristãos uma herança europeia ou mesmo "colonial", muitas vezes ignorando-as ou considerando porosas e indeterminadas as fronteiras entre as diversas confissões, promovendo então conversões e proselitismo.

O cardeal participou de um congresso sobre esse tema organizado em Roma pelo episcopado alemão, entre 9 e 11 de abril. Ele pergunta: "O que vamos fazer? Por que as pessoas que pertencem a nossas Igrejas, não só os católicos, mas também os protestantes, estão se distanciando?"

O congresso foi a conclusão parcial de um grande projeto de pesquisa do "Grupo de trabalho científico para tarefas relativas à Igreja Universal", do episcopado alemão. O crescimento de novos movimentos é um fenômeno mundial, ainda que na Europa tenha pequenas proporções. A Igreja Católica é atingida pelo crescimento de comunidades pentecostais e evangélicas sobretudo na América Latina e na África ocidental (Explizit, 11 de abril).

Estima-se que os membros das Igrejas pentecostais no mundo supere 400 milhões. Desde 2000, explicou um dos maiores especialistas no assunto, o professor Philip Jenkins, carismáticos e pentecostais estão aumentando a uma taxa de cerca de 19 milhões por ano. O Centro de Pesquisas para o Estudo Global do Cristianismo, nos Estados Unidos, afirma que já em 2000 o número de carismáticos e pentecostais chegava a 582 milhões; em 2025, eles serão 800 milhões (Vaticano Insider, 11 de abril).

O ponto de partida para o estudo do fenômeno foi a consideração de que a globalização e a secularização não levaram, como esperado nos anos 60 e 70, ao fim da fé. O professor alemão Karl Gabriel, que fala de um "verdadeiro boom de religiões", apresentou uma pesquisa realizada em quatro países – Costa Rica, Filipinas, Hungria e África do Sul – que demonstra que as formas carismáticas do cristianismo estão em crescimento por vários fatores. Entre eles "as turbulências sociais e econômicas do hemisfério sul", perante as quais os novos movimentos oferecem aos seus seguidores “identidade e significado", “reforçando a auto-estima” e permitindo “se sentir em casa". Ademais, um fator muito forte são os “milagres” e as “curas”, sobretudo em contextos onde a pobreza prevalece.

A Igreja Católica começou em 1972 o diálogo internacional católico-pentecostal, que, para o monsenhor Juan Usma Gomez, especialista do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, nos permitiu "superar preconceitos e ideias preconcebidas", mas também "enfrentar questões difíceis, como o proselitismo e as conversões". A "demonização" do fenômeno, segundo ele, tem impedido os católicos de entender a força destas realidades e levou a se subestimar o poder que os evangélicos têm de conquistar seguidores.

O congresso em Roma, que teve a participação de clérigos e leigos de quatro continentes e 20 países, foi aberto pelo arcebispo de Bamberg (Alemanha), Dom Ludwig Schick. Ele afirmou que é necessário "entrar em diálogo ecumênico também com esses movimentos, um "diálogo possível apenas num verdadeiro conhecimento" (Dom Radio, 11 de abril).

Estas realidades, afirmou, interrogam os católicos de várias maneiras, por exemplo: o forte peso que eles dão para questões como pecado e culpa, condenação e perdão, céu e inferno, a imagem de Deus e de Cristo, assim como a vivaz liturgia. Quanto a esta última, a questão é "em que medida as igrejas locais podem organizar suas celebrações de acordo com suas necessidades e exigências específicas e ao mesmo tempo manter-se ligadas à grande Igreja Católica". Se na América Latina a maioria dos grupos se desprendeu da Igreja Católica, nas Filipinas eles permanecem dentro, enquanto na África há misturas com a crença em espíritos e os rituais de cura.

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EcumenismoevangelicosReligião
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