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Os católicos latinos nos Estados Unidos estão perdendo a fé?

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Dennis Degnan

Jesús Colina - publicado em 23/04/13

Conversa com o Pe. Tomás del Valle, assistente espiritual das comunidades de católicos latinos nos EUA

O choque com a cultura norte-americana afasta os católicos latinos das suas raízes espirituais para abraçar outras confissões cristãs ou distanciar-se da fé dos seus pais?

Para o Pe. Tomás del Valle, assistente espiritual de comunidades de católicos latinos nos Estados Unidos e diretor do serviço "Descobrindo o século 21", a resposta não é evidente, pois, ainda que muitos católicos latinos sejam atraídos por outras comunidades cristãs, inclusive por seitas, também é verdade que há motivos para falar de uma nova primavera católica latina.

A resposta à pergunta é decisiva, pois, hoje em dia, os latinos constituem mais de 35% dos católicos nos EUA. Desde 1960, contribuíram com 71% do crescimento da Igreja Católica no país, segundo dados da conferência episcopal.

Mais de 50% dos católicos dos EUA menores de 25 anos são descendentes de hispânicos/latinos. É cada vez maior o número de bispos católicos de origem hispânica no país.

Por outro lado, quase 70% dos hispânicos nosEUA se consideram católicos. Calcula-se que, em 2050, a população hispânica superará os 102,6 milhões.

O Pe. Tomás, que foi diretor de jornais, rádios e outros meios de comunicação católicos nos EUA e na América Latina, em particular "El Observador", considera que os latinos "não estão perdendo a fé, por assim dizer, de maneira genérica. O que existe é um grande confronto, ou uma grande incompreensão, porque o hispânico, seja de onde vier, chega com uma bagagem religiosa, com uma religiosidade popular, com uma formação, com um modelo de Igreja, que chocam com os costumes da Igreja na América do Norte".

"É uma Igreja que teve de passar por momentos fortes de perseguição, de discriminação, momentos em que teve de criar suas próprias redes de hospitais, porque os católicos não eram aceitos. É uma Igreja que sai, poderíamos dizer, de uma espécie de período de catacumbas, na década de 60", esclarece.

Hoje, "os latinos devem sofrer um choque com a língua, um choque com uma organização diferente da Igreja. E, diante da necessidade de acolhimento, as igrejas cristãs não católicas, inclusive as seitas, sempre viram uma oportunidade. Não podemos esquecer que quem emigra com frequência é pobre".

Segundo o Pe. Tomás, a resposta mais clara da Igreja Católica deve se concentrar na formação que se oferece aos católicos latinos. Neste sentido, considera que as dioceses estão realizando esforços que dão bons frutos.

Em particular, menciona o movimento de formação bíblica, que, neste momento, tem a comunidade católica hispânica como principal objetivo.

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