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A situação dos cristãos na Síria

David Medrano - publicado em 24/04/13

Patriarca de Damasco pede paz para um país que mais de 400 mil cristãos tiveram de abandonar devido ao conflito armadoGregorios III Lahham, patriarca da Igreja greco-melquita da Síria lançou um apelo à paz e pediu a todos os líderes árabes, europeus e americanos que comecem um diálogo em busca de soluções para o conflito armado que, em dois anos, fez que milhares de pessoas deixassem o país.
 
"Precisamos urgentemente de uma solução. Eu me pergunto se não há outra maneira de falar ou agir, a não ser a guerra, as armas, a violência, o ódio e a vingança." O sofrimento do país supera todo limite, explicou o patriarca de Damasco em um comunicado dirigido à fundação católica Ajuda à Igreja que Sofre.
 
"Não há mais nenhum lugar seguro na Síria; ela se converteu em um campo de batalha." Cerca de 400 mil cristãos foram deslocados dentro do país ou fugiram para o exterior. Desde o início de 2011, mais de mil cristãos foram assassinados; inclusive, em alguns povoados, toda a população cristã foi eliminada.
 
Além disso, os extremistas destruíram ou danificaram mais de 40 igrejas e atingiram centenas de cristãos. Neste sentido, o patriarca considera que a violência ameaça o cristianismo de um país que havia proporcionado um refúgio aos fiéis cristãos procedentes do Líbano, do Iraque e de outros lugares.
 
Na última segunda-feira, os rebeldes sequestraram dois bispos sírios na província de Alepo, segundo a agência de notícias estatal SANA. São Yohanna Ibrahim e Paul Yazigi, das igrejas síria e grega ortodoxas, respectivamente. Trata-se dos líderes religiosos de mais alto cargo capturados desde que a guerra começou.
 
Os bispos foram sequestrados enquanto se dirigiam, de carro, a uma aldeia próxima da fronteira turca. Os rebeldes os obrigaram a sair do veículo e assassinaram o motorista, que era outro sacerdote. As últimas notícias confirmam que ambos foram libertados há algumas horas, sem danos graves.
 
O conflito da Síria parece não ter saída. Os extremistas, que pretendem derrocar o regime de Bashar al Asad, conseguiram dominar várias regiões do território, ainda que as forças tentam manter, cada vez com mais pressão, um firme controle sobre a capital, Damasco.