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Líder judeu: Papa Francisco continua a obra de João XXIII

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Jesús Colina - publicado em 29/04/13

Afirma Baruj Tenembaum, criador da Fundação Raoul Wallenberg

Baruj Tenembaum, candidato ao Prêmio Nobel da Paz em edições passadas e criador da Fundação Raoul Wallenberg, considera que o Papa Francisco está trazendo uma primavera para a Igreja Católica, como a que João XXIII introduziu.

Tenembaum conhece muito bem Jorge Bergoglio, desde antes de este ter sido nomeado arcebispo de Buenos Aires, pois os dois estiveram unidos por uma enorme amizade com o predecessor do então Dom Bergoglio na guia da diocese, cardeal Antonio Quarracino.

De origem judaica, Tenembaum considera, antes de tudo, que este Papa, em tão pouco tempo, já está oferecendo uma importante contribuição para o diálogo inter-religioso.

"Jorge Bergoglio sempre teve uma inclinação ao diálogo inter-religioso e um grande respeito pelos valores históricos do povo judeu", afirma.

Por isso, acrescenta, "acho que a Igreja Católica tem agora a grande sorte de ter um Papa humilde, autenticamente, que ensina com palavras e gestos, e com sua maneira de viver, com sua história, e talvez com seu sofrimento pessoal também".

Tenembaum propôs que o Papa João XXIII, Angelo Roncalli, seja reconhecido como "Justo entre as Nações" por parte de Yad Vashem, instituição criada em Israel para honrar as vítimas e os heróis do Holocausto. Roncalli, sendo núncio apostólico, contribuiu para salvar a vida de numerosos judeus durante a 2ª Guerra Mundial.

O fundador de Wallenberg vê semelhanças entre Bergoglio e Roncalli.

"Os dois vêm de lares humildes. Ambos avançam com ideias de paz e – por que não? – com a coragem de poder perdoar, de não pensar tanto no passado, e sim na projeção do futuro."

"Roncalli impulsionou algo extraordinário no mundo, ao convocar o Concílio Vaticano II. Vocês se lembram do que ele fez na fórmula de uma oração da Sexta-Feira Santa, para eliminar agressões. Passou do latim a um idioma que se entende."

"Bergoglio certamente fará a mesma coisa – acrescenta. Ele é um homem que fala com simplicidade. Para ele, o importante é que as pessoas o entendam."

"Quando ele fala, não quer demonstrar que redige em termos grandiosos. Ele é muito simples, muito acessível e, neste sentido, acho que se parece muito com João XXIII."

"Vimos nele gestos que anunciam uma primavera na Igreja Católica. Digo isso como judeu e como ser humano. Podemos estar contentes e comemorar o primeiro Papa latino-americano", conclui Baruj Tenembaum.

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