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Primavera ou inverno árabe?

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Alvaro Real - publicado em 07/05/13

O diretor de Ajuda à Igreja que Sofre fala sobre a liberdade religiosa

Na próxima sexta-feira, será realizada em Madri a 3ª Jornada sobre a Liberdade Religiosa. Deste encontro, participarão bispos, sacerdotes, catedráticos e outros profissionais especializados no tema da liberdade religiosa e, junto a outros representantes de diversos lugares do mundo, mostrarão como ainda hoje a liberdade de culto continua sendo violada.

Javier Menéndez Ros, diretor de Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) explicou os pormenores do encontro, em uma entrevista à emissora COPE, e explicou que no Ocidente não há perseguição direta, mas sim discriminação com relação ao fato religioso, fundamentalmente cristão.

Reproduzimos, a seguir, alguns trechos da entrevista:

Ainda hoje, há muitos países sem liberdade religiosa?

Infelizmente, existem continentes, como a África e a Ásia, com países nos quais é preciso ter um cuidado especial.

Como é a liberdade religiosa nos países da África?

É cada vez mais complicado viver a liberdade religiosa lá, sobretudo porque há países que estão sofrendo uma grande e violenta islamização , na qual os radicais e os grupos terroristas, como Boko Haram, na Nigéria, estão influenciando cada vez mais e estão realizando ações cada vez mais brutais e discriminatórias com os que não pensam como eles.

Vocês também abordam a liberdade religiosa no Egito, na Síria, no Líbano. Falou-se muito da primavera árabe. Isso ajudou ou prejudicou a liberdade religiosa?

Quanto à liberdade religiosa, mais que primavera árabe, teríamos de falar de um inverno árabe.

Por quê? Como vivem os cristãos lá?

Com muitíssimas dificuldades. Eles viveram todas estas revoluções com muito entusiasmo, pensando que o regime totalitário acabaria e que se implantaria um sistema de liberdades em todos os sentidos: político, social e religioso.

Mas, ao contrário, o que está acontecendo na maior parte deles é que a sharia, a lei islâmica, está produzindo uma islamização agressiva, que é totalmente excludente para os não-muçulmanos. A situação, longe de melhorar, piorou muitíssimo.

O que a Igreja Católica diz sobre a liberdade religiosa?

É bom recordar todos os textos e as ideias apresentadas nas diversas encíclicas e no Concílio Vaticano II, além do que João Paulo II, Bento XVI e o próprio Francisco disseram recentemente. Precisamos enfatizar tanto a liberdade religiosa como este fato impressionante da perseguição sofrida por muitos cristãos.

Será que outras religiões (como a árabe, a judaica) precisariam de uma espécie de "Concílio Vaticano II"?

Talvez… De qualquer maneira, o que temos de ter é mais consciência de que existem estas situações de autêntica violação do princípio básico que é este direito fundamental; a partir disso, exigir dos governos uma legislação adequada.

Tampouco podemos nos esquecer do poder da oração e o poder de fazer campanhas de sensibilização, que é um dos objetivos de Ajuda à Igreja que Sofre.

Tags:
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