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João XXII recebe reconhecimento histórico de cidade israelense

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Jesús Colina - publicado em 09/05/13

A cidade de Asdod dedicará uma rua a Angelo Roncalli e a Raoul Wallenberg

Asdod, uma das cidades mais antigas do mundo, atualmente o maior porto de Israel, dedicará uma das suas ruas a Angelo Roncalli, Papa João XXIII (1881-1963), em reconhecimento à sua obra de salvação de numerosos judeus durante a 2ª Guerra Mundial.

A quinta maior cidade de Israel também homenageará outro salvador de perseguidos do Holocausto, Raoul Wallenberg (1912-1947), diplomático sueco, reconhecido como “Justo entre as nações”, pois, com sua obra, salvou a vida de mais de 100 mil judeus.

A iniciativa de dedicar uma rua da cidade ao Papa e ao filantropo sueco foi promovida por Boris Giterman, prefeito de Asdod, em resposta a uma petição da Fundação Raoul Wallenberg, presidida por Eduardo Eurkenian e fundada por Baruj Tenembaum.

O próprio Giterman, em uma entrevista à Aleteia, explica como e por que decidiu propor este reconhecimento à ação do Papa João XXIII, quem, ao convocar o Concílio Vaticano II, iniciou uma nova era de relações entre judeus e católicos.

Por que você apresentou esta proposta tão significativa para as relações entre judeus e cristãos?

Geralmente, minhas decisões têm uma base emotiva, porque sou um ser humano. A proposta da Fundação Raoul Wallenberg chegou justamente quando Israel comemorava o dia do Holocausto, algo que me tocou profundamente.

Na cidade de Asdod, nesse mesmo dia, houve uma celebração por este motivo e cheguei pessoalmente com a proposta que expus à cidade. O Holocausto sempre me comove profundamente. Visito com freqüência o Yad Vashem, memorial oficial de Israel às vítimas do Holocausto.

Em particular, fico comovido com o exemplo dos salvadores, pessoas que arriscaram suas vidas para salvar as vítimas do Holocausto. É algo que deve ser recordado e ensinado às jovens gerações. A cidade de Asdod se preocupa muito com a educação, com a transmissão do que foi o Holocausto e o reconhecimento dos salvadores.

Na cidade, há muitos imigrantes da antiga União Soviética e por isso se editou um livro em russo sobre os sobreviventes do Holocausto procedentes da União Soviética. São “crianças adultas”, pois viveram aquela época muito jovens, mas a terrível situação fez deles adultos.

Que mensagem você gostaria de dar a esta cidade israelense, ao homenagear João XXIII dessa maneira?

A cidade de Asdod é composta por 90 comunidades de origem diferente e a mensagem da prefeitura é uma mensagem de paz, tolerância, confraternidade e respeito entre todas as comunidades.

Por isso, é muito importante honrar a memória daqueles que salvaram as vítimas do Holocausto. Aqui, temos a consciência de que cada comunidade deve preservar seu próprio patrimônio cultural e respeitá-lo. Com este gesto, estamos difundindo uma mensagem de amor, de esperança e de paz. Esperamos que outras cidades adotem este modelo. Em Asdod, costumamos desejar que o próximo seja amado em todo momento.

Em Roma, sem dúvida, causará grande satisfação a decisão de uma cidade de Israel de honrar João XXIII. O Papa Francisco se alegrará, pois ele, como bispo na Argentina e agora em Roma, sempre mostrou uma grande proximidade do povo judeu.

Sem dúvida, seria uma grande honra visitar o Vaticano por este motivo.

A cidade de Asdod, na medida de suas possibilidades, contribui para as relações diplomáticas de Israel com o mundo. Fizemos acordos com cidades na antiga União Soviética. Agora vamos visitar Moscou e outras cidades menores.

Para mim, será uma honra poder fazer tudo o que puder para ajudar as relações diplomáticas e as relações de confraternidade do mundo judaico, por meio do Estado de Israel, com o mundo católico, por meio do Vaticano.

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