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A grande prostituta nua

Aleteia Vaticano - publicado em 17/05/13

Um livro sobre os mitos mais comuns sobre a história da Igreja CatólicaMãe de todas as inquisições, inimiga das ciências, opressora das mulheres, a Igreja quer que os fiéis sofram, os protestantes são mais modernos, o ódio ao sexo: estes são alguns dos dez capítulos que compõem o livro "A grande prostituta. Um decálogo dos mitos mais comuns sobre a história da Igreja", organizado por Lucetta Scaraffia, já disponível na Livraria Editora Vaticana.
 
As autoras dos dez ensaios da obra são sete mulheres, "todas historiadoras, mas nem todas católicas", explica Scaraffia na apresentação. São elas: Sylvie Barnay, Cristiana Dobner, Anna Foa, Giulia Galeotti, Sandra Isetta, Margherita Pelaja e a própria Lucetta Scaraffia.
 
Seu objetivo é esclarecer, do ponto de vista histórico, alguns dos estereótipos mais difundidos sobre a história da Igreja, não com um intuito apologético, mas histórico, de retificação dos mitos comuns que hoje parecem ter substituído a realidade, no que diz respeito à história da Igreja e, portanto, que contribuíram para deformar a sua identidade pública.
 
A organizadora explica que o título da obra, "A grande prostituta", se refere "à forma injuriosa com a qual os críticos à Igreja se referem a ela há séculos".
                                
Entre os temas tratados no livro, encontra-se a Inquisição, abordado pela historiadora hebreia Anna Foa, que em outro ensaio fala sobre o antissemitismo; o matrimônio cristão é apresentado por Margherita Pelaja; o celibato eclesiástico, por L. Scarafiia, que depois explora também o tema do protestantismo; a questão da Igreja e as mulheres, bem como a relação entre ciência e fé são abordadas por Giulia Galeotti; o tópicos do sofrimento e da dor são assinados por Cristiana Dobner.
 
Referindo-se a numerosos livros polêmicos que circulam contra o Vaticano, a historiadora revela que, "nestes textos, multiplicam-se erros e referências históricas equivocadas, que tratam de lugares comuns, inventados, verdades petrificadas, fundadas em informações errôneas. São aspectos tão difundidos e indiscutíveis, que quem os recebe nem sequer os questiona; e quem lê, aceita, 'porque todos sabem que é verdade', supostamente".
 
O trabalho que as sete historiadoras desenvolveram pretende, no entanto, acabar com as opiniões que se fundam em preconceitos, "porque pensamos que seria melhor para todos que o debate sobre os fatos ocorridos e sobre a tradição teórica da Igreja Católica se desenvolvessem partindo de um conhecimento compartilhado da verdade histórica".
 
A organizadora da obra conclui: "Assim, se limparia este espaço de polêmicas e de acusações sem base e se daria a possibilidade de medir efetivamente as ideias e os valores contrapostos em um clima de diálogo e de conhecimento recíproco".

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