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Uma experiência artística da criação do mundo na Bienal de Veneza

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Chiara Santomiero - publicado em 21/05/13

Pela primeira vez, a Santa Sé participa desta exposição de arte contemporânea com um pavilhão próprio

A 55ª edição da Bienal de Veneza, que acontecerá de 1º de junho a 24 de novembro, inclui um pavilhão do Vaticano sobre a criação do mundo, inspirado no relato bíblico do Gênesis. O espaço contém três temas: "criação", "descriação" e "recriação", obras encomendadas respectivamente a Studio Azzurro, Josef Koudelka e Lawrence Carroll.

Com esta aposta, baseada nos primeiros onze capítulos do Gênesis, a Santa Sé participa pela primeira vez da exposição com um pavilhão próprio.

"A arte contemporânea – afirmou o cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício para a Cultura, na coletiva de imprensa de apresentação do evento – está no centro dos interesses do nosso dicastério, porque é uma das expressões mais significativas da cultura destas décadas."

Segundo o cardeal, o projeto representa não somente uma extraordinária novidade, mas também responde a um dos objetivos do próprio dicastério, ou seja, "instaurar e incentivar as oportunidades de diálogo, em um contexto cada vez mais amplo e diversificado".

Critérios de sobriedade e economia guiaram, segundo uma nota enviada pela Santa Sé, o projeto e a construção do pavilhão, cujo valor foi inteiramente coberto pelos patrocinadores, sobretudo Eni e Intesa San Paolo.

"A presença da Santa Sé entre os pavilhões da Bienal de Veneza – afirmou Paolo Baratta, presidente da Bienal, na coletiva – é um evento de grande importância e, como tal, saúda o mundo da arte e da cultura."

Baratta acrescentou que a Bienal "é um lugar de participação por essência", no qual cada um (países participantes e instituições sem fins lucrativos) oferece sua contribuição. O evento é promovido principalmente pelo "desejo de ser reconhecido como parte do grande diálogo que existe atualmente sobre a criação artística, expressão vital imprescindível, hoje como ontem, da cultura e da civilização".

Este encontro especial entre a arte e a fé precisa ser reconstruído, segundo Ravasi, depois de "uma espécie de divórcio não consensual, ainda que não seja total e absoluto".

Na base deste diálogo interrompido, uma fratura provocada por comportamentos opostos: "A arte se mostrava provocadora e às vezes, blasfema em temas religiosos, e a Igreja se apresentava como retirada ao interior dos módulos artísticos que recordavam o passado, com expressões mais artesanais".

Mas, para o presidente do conselho pontifício, a arte e a fé "são e devem continuar sendo irmãs no caminho da cultura". Partindo desta ótica, Ravasi definiu também como provável "nossa presença na exposição universal de Milão, conectada intimamente com a diocese de Milão e com o cardeal Angelo Scola".

"Não esperem uma árvore grandiosa – brincou Ravasi com os jornalistas – mas apenas um broto: este pretende ser só o ponto de partida."

"Queremos criar – insistiu o presidente do dicastério da cultura – uma atmosfera de encontro entre arte e fé que, em perspectiva, possa aproximar-se de um bom uso litúrgico, neste momento não previsto, no entanto, das obras que apresentamos no pavilhão vaticano."

"É o início de uma caminhada", concluiu.

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