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A Igreja quer saber a verdade sobre o Santo Sudário

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Gilberto Hernández García - publicado em 28/05/13
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Entrevista com Roberto Gottardo, especialista no Sudário de TurimAinda que haja muitos indícios de que a imagem impressa no Santo Sudário (ou síndone) seja de Jesus, a ciência e a própria Igreja sempre foram prudentes em suas afirmações. Atualmente, tudo o que envolve o Santo Sudário é um mistério que atrai a atenção de próximos e estranhos; no entanto, a Igreja continua firme em uma posição: a fé dos católicos está acima de um pedaço de tecido, que serve para reforçar essa fé, mas não para fundamentá-la.
 
Isso é o que explica Roberto Gottardo, vice-presidente da Comissão de Estudo do Santo Sudário, da arquidiocese de Turim, com quem conversamos no Congresso Internacional sobre o Santo Sudário, recentemente realizado na Cidade do México.
 
Em poucas palavras, o que é o Sudário?
 
É uma relíquia que sempre foi considerada como muito importante, relacionada imediatamente com a figura de Cristo, pois a imagem na tela nos remete à vivência da paixão de Jesus: encontramos as feridas, as chicotadas e também a marca da coroa de espinhos; então, as pessoas, vendo esta imagem, pensam imediatamente em Jesus.
 
O que lhe chama mais a atenção no Sudário?
 
O principal elemento é o rosto, que me impressiona, me fascina, me interroga, porque, olhando para ele, percebemos que é um rosto muito particular; é o rosto de um morto, mas que não fala de uma morte; é um rosto majestoso e ao mesmo tempo sereno, difícil de descrever. Todas as vezes que o vejo, ele me interpela, me chama; é como se me perguntasse: quem sou eu para você?
 
O Sudário é questão de fé?
 
O Papa João Paulo II, em seu discurso de 1998, disse que o Santo Sudário não é questão de fé, no sentido de que acreditar ou não nele não é decisivo para a fé católica; e afirmou é que é como uma ajuda para a fé, mas não um fundamento dela.
 
Dito isso, a meu ver, está claro que está em conformidade com o que institucionalmente podemos dizer ou afirmar; vendo esta realidade, seu rosto, seu corpo, estou convencido: estamos vendo o rosto de Cristo.
 
Especula-se muito sobre a origem e autenticidade do Sudário. O que a Igreja diz?
 
A opinião pública quer uma resposta sobre a autenticidade do Sudário; a Igreja espera tranquila, não tem esta preocupação; o que lhe interessa é dar passos na verdade, e isso requer tempo.
 
Nisso, a Igreja dá testemunho do seu amor à verdade; não é um dos atores no jogo do panorama midiático. A Igreja continua seu caminho, ainda que alguns setores lhe peçam que ande em outra direção.
 
O que aconteceria se, num futuro, a ciência afirmasse que este Sudário não é o que envolveu o corpo de Cristo? O que aconteceria se essa relação Sudário-Jesus se rompesse?
 
De qualquer maneira, a fé cristã pode continuar adiante e tranquilamente com esta certeza. Talvez se possa pensar em que tipo de oração poderia ser feita diante deste objeto. Em todo caso, está bem justificada a veneração ao Santo Sudário, porque é um objeto raro, não somente um tecido que qualquer um diria que esteve sobre o corpo de Jesus.
 
Este tecido conserva uma imagem, e esta imagem está aí. Se demonstrarem que o Sudário não tocou o corpo de Jesus, ele pelo menos será "o espelho do Evangelho"; portanto, ainda hoje, ou no futuro, sua veneração se justifica, porque reflete a imagem do Evangelho.

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