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“E sem gênero Ele os criou”

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Dale O’Leary - publicado em 06/06/13

Em nome da igualdade, as mulheres devem anular sua fertilidade com a contracepção e o aborto. Mas será que elas querem mesmo fazer isso?

Quando o Papa Bento XVI nos advertiu sobre o perigo da "teoria de gênero", em dezembro de 2012, a maioria das pessoas não tinha conhecimento das implicações de tal teoria, dos perigos que apresenta e das patologias sociais que ela gera. Parte da confusão está no fato de que existem várias teorias diferentes de gênero, cada uma das quais baseando-se em uma falsa compreensão da verdade sobre a pessoa humana e em uma separação entre linguagem e realidade. As várias teorias promovem, entre outras coisas:

• Distinção de gênero como um papel socialmente construído, separado do sexo biológico;
• A integração da perspectiva de gênero;
• Expansão dos direitos humanos para incluir os direitos sexuais e reprodutivos;
• Eliminação do transtorno de identidade de gênero da lista de distúrbios psicológicos;
• Adição de orientação sexual, identidade e expressão de gênero nas leis anti-discriminação;
• Apoio à demanda da cirurgia de ‘mudança de sexo’;
• A afirmação da "queer" como um gênero.

As teorias de gênero não são logicamente consistentes e estão mudando continuamente, tornando-se difíceis para aqueles que tentam criticá-las. Isso não deveria surpreender: os que defendem as várias teorias de gênero rejeitam a evidência enorme das diferenças sexuais reais. Enquanto a realidade se mantém estável, a teoria de gênero, alienada da realidade, está continuamente se transformando em formas cada vez mais bizarras. Seus adeptos estão fazendo exigências cada vez mais radicais.

Aqueles que defendem essas teorias apelam para a nossa compaixão. Embora devamos resistir às suas ideias, devemos lembrar que seus criadores são homens e mulheres que foram alienados de suas próprias naturezas, criando teorias para racionalizar seu comportamento e seus desejos.

Também é importante notar que os promotores das várias teorias de gênero afirmam ter ciência da realidade e com frequência se referem a estudos publicados sobre o tema. No entanto, uma análise cuidadosa desses estudos revela que muitos deles não atendem os padrões exigidos para uma pesquisa estatisticamente válida e projetável. Seus autores muitas vezes usam amostras pequenas, não representativas, não conseguem fazer as perguntas certas, e às vezes ignoram suas próprias conclusões.

Infelizmente, a mídia e certas organizações profissionais continuam promovendo este material, ignorando grandes estudos, bem elaborados, que refutam as alegações da teoria de gênero. Considere, por exemplo, dois artigos publicados em Social Science Research – um de Mark Regnerus ("How different are the adult children of parents who have same-sex relationships?") e o outro de Loren Marks ("Same-sex parenting and children’s outcomes: A closer examination of the American Psychological Association’s brief on lesbian and gay parenting").

As feministas radicais combinaram seu conceito de identidade de gênero como socialmente construído com a ideia marxista de que toda a história é a história da luta de classes. De acordo com sua teoria de gênero, a primeira luta de classes acontece entre homens e mulheres, e as mulheres são a primeira classe oprimida. Além disso, elas afirmam que todas as diferenças sociais entre homens e mulheres não são naturais, mas criadas por homens para oprimir as mulheres. De acordo com esta teoria de gênero, o melhor jeito de eliminar a opressão das mulheres seria eliminar todas as diferenças sociais entre homens e mulheres.

Isto seria conseguido por meio da integração da perspectiva de gênero, a partir da qual qualquer reconhecimento social das diferenças entre homens e mulheres seria rotulado como um estereótipo e erradicado. Seria exigido que homens e mulheres participassem de todas as atividades da sociedade em números estatisticamente iguais e recebessem estatisticamente igual poder e recompensas. Qualquer desvio da
igualdade estatística absoluta seria considerado como evidência de discriminação sexista.

O problema com isso é que não conseguiram distinguir entre os estereótipos e as diferenças reais entre homens e mulheres, que devem ser reconhecidas. Igualdade de direitos, igualdade de tratamento perante a lei, igualdade de oportunidades e igualdade de acesso à educação são metas importantes; no entanto, em algumas áreas, homens e mulheres são diferentes e, se puderem escolher livremente as atividades das quais querem participar, não chegarão à igualdade absoluta.

Com a liberdade de escolha, uma grande porcentagem de mulheres vai escolher tornar a maternidade sua vocação primária, ou deixar de trabalhar para se dedicar aos seus filhos, ou  mesmo escolher empregos que lhes permitam dedicar mais tempo às suas famílias. Assim, menos mulheres vão participar do trabalho remunerado, e uma porcentagem delas trabalhará menos horas, em áreas menos exigentes, o que terá por consequência salários mais baixos.

As feministas radicais estavam bem cientes disso, e pressionaram os governos para instituir políticas que forcem as mulheres a trabalhar fora de casa e estar no mercado de trabalho. Por trás da perspectiva de gênero, há políticas anti-maternidade, que são fundamentalmente anti-mulher, anti-criança e anti-família. Por exemplo, na Conferência das Nações Unidas sobre as Mulheres, em Pequim, não havia uma referência positiva à maternidade, ao casamento, e os maridos estavam longe de ser encontrados nos documentos oficiais da conferência; mas "gênero" – como na "incorporação da perspectiva de gênero" – apareceu mais de 300 vezes nos textos.

Na Conferência da ONU do Cairo, em 1994, foi divulgado um documento delineando uma estratégia para encaminhar as demandas por direitos sexuais e reprodutivos, distorcendo o significado dos direitos humanos universalmente aceitos. Se o objetivo é a eliminação total da diferença entre os sexos, a diferença mais óbvia entre homens e mulheres é o fato inegável de que, se um homem e uma mulher se envolvem em relações sexuais, só a mulher pode engravidar.

Para fazer com que as mulheres fossem como os homens, neste sentido, as mulheres tinham de ser capaz de ter relações sexuais e não engravidar. A contracepção e o aborto se tornaram, então, o sine qua non da revolução feminista.

Para conseguir isso, elas exigiram o reconhecimento do que chamaram de "direitos sexuais e reprodutivos" – a saber, o acesso irrestrito à contracepção e ao aborto, liberdade sexual absoluta para crianças e adultos e educação sexual abrangente – que, além de impor a contracepção, o aborto e a liberdade sexual absoluta em todos os níveis, também ensinou aos alunos que todos os comentários não-positivos sobre a homossexualidade são indícios de homofobia e intolerância.

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homossexuaisIdeologia de Gênero
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