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Trabalho infantil: roubando o futuro da sociedade inteira

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Chiara Santomiero - Patricia Navas González - publicado em 12/06/13

Ao invés de brincar, as crianças são obrigadas a trabalhar como escravas, adverte o Papa

Um dado paradoxal, mas verdadeiro: a crise econômica não reduziu o espaço do trabalho infantil, mas o tornou ainda mais precário, pior qualificado e muitas vezes perigoso, sem perspectiva de melhoria.

No dia 12 de junho, Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, com uma referência particular à exploração de crianças no trabalho doméstico, o Papa abordou o tema em sua audiência geral, constatando este “deplorável fenômeno, em constante aumento, especialmente nos países pobres”.

“São milhões de menores, em sua maioria meninas, vítimas desta forma oculta de exploração, que envolve muitas vezes também abusos, maltrato e discriminação. Esta é uma verdadeira escravidão!”, denunciou.

Francisco desejou “vivamente que a comunidade internacional possa levar a cabo ações ainda mais eficazes para enfrentar esta autêntica praga”.

“Todas as crianças devem poder brincar, estudar, orar e crescer, na própria família, em um contexto harmônico, de amor e serenidade – acrescentou. Essa gente, ao invés de deixar as crianças brincarem, fazem delas escravas. Esta é uma praga. É um direito seu e um dever nosso. Uma infância serena permite que as crianças olhem para a vida e para o futuro com confiança.”

Por ocasião da comemoração de hoje, “Manos Unidas” recordou que milhões de crianças do mundo inteiro realizam trabalhos que as privam de uma educação adequada, de saúde, de lazer e das liberdades fundamentais.

O trabalho precoce leva a condições dificilmente reversíveis para uma pessoa quase predestinada pelas culturas familiares e territoriais de referência. O trabalho de menores é uma questão social fundamental.

Esta é uma realidade presente em países como Costa do Marfim, Índia, Haiti, mas também em lugares como a Itália, onde há 260 mil trabalhadores menores de 16 anos, ou seja, 5% da população, dos 7 aos 15 anos.

Sobre o “roubo do futuro” insiste a pesquisa italiana sobre trabalho infantil “Game over”, dirigida pela Associação Bruno Trentin e por “Save the children”, e cujos dados preliminares foram divulgados ontem, em uma coletiva de imprensa em Roma.

Segundo a pesquisadora Katia Scannavini, as famílias veem a possibilidade de trabalho como um fato positivo para os menores, e não como um condicionamento para o seu futuro.

Mas a realidade é muito diferente: as crianças quase nunca aprendem realmente um trabalho e são introduzidas na dinâmica do trabalho em um contexto feito de relações de poder e dinâmicas violentas.

Por outro lado, crescem muitas vezes em lugares em que a ilegalidade e a exploração são a norma; não esperam nada e se contentam com 1 euro por hora, como pedreiros, garçons, transportando sacos de cimento ou em andaimes sem proteção.

A escola é longe, pouco estimulante, pouco flexível e difícil de conciliar com a necessidade de trabalhar, ainda que quisessem. As dificuldades econômicas das famílias levam as crianças a escolher trabalhar para poder ajudar.

Acima de tudo, essas crianças não têm sonhos: a maior parte dos entrevistados se contenta com viver o dia, sem esperanças. Em um vídeo projetado durante a apresentação dos dados, um menino confessa o desejo de ter uma padaria para poder sustentar uma família e não ficar sozinho – um desejo de futuro que, acrescenta ele rapidamente, não parece possível.

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