No Documento de Aparecida, os bispos latino-americano mostraram que "o problema das drogas é como uma mancha de óleo que invade tudo. Não reconhece fronteiras geográficas nem humanas".
"A Igreja – declararam os bispos, no texto final da V Assembleia Geral do Conselho Episcopal Latino-Americano, guiados pelo então cardeal Jorge Mario Bergoglio – não pode permanecer indiferente diante deste flagelo que está destruindo a humanidade, especialmente as novas gerações."
Justamente são estas novas gerações que em breve estarão reunidas com o Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) do Rio de Janeiro. E diante delas se apresenta um panorama difícil. Com uma nova vertente: o narcotráfico e sua relação com o satanismo.
Desde 1988, em países como o México, os grupos do crime organizado, especialmente os que lidam com drogas, se aliaram a rituais satânicos para obter um "pacto" e poder arriscar a vida diariamente, sem ser pegos.
Em resposta à adesão dos narcotraficantes ao satanismo, muitas corporações policiais encarregadas de combater o tráfico acabam se iniciando também em rituais obscuros, razão pela qual a luta contra o flagelo denunciado por Aparecida se torna mais complexa.
Esta modalidade dos grupos de narcotraficantes não teve, em nenhum país da América Latina, um corpo policial especializado capaz de prevenir e perseguir estes delitos associados a Satanás. E milhares de jovens, principal alvo dos delinquentes, vivem hoje em meio ao reino do mal e das drogas.
No Facebook, existem cerca de 100 páginas dedicadas exclusivamente à difusão do satanismo, com mais de 45 mil seguidores.
Este é um problema mundial, como destacou Aparecida, mas, na América Latina e no Caribe, torna-se um problema inclusive de soberania. No continente, os países que sofrem pelo "narco-satanismo" são especialmente o México, El Salvador, Guatemala, Venezuela e Colômbia.
Só no México, principal ponto de trânsito das drogas rumo aos EUA, onde milhares de jovens são recrutados nos cartéis de drogas, pratica-se uma média de cinco exorcismos por dia. Mais ainda se a isso se une o culto à "Santa Morte", que gerou mais de um milhão de adeptos no México.
Aparecida abordou o tema, e o Papa Francisco certamente terá um papel de alavanca para que isso ocorra de forma imediata no continente que o viu nascer: na América Latina e no Caribe, "a Igreja deve promover uma luta frontal contra o consumo e tráfico de drogas, insistindo no valor da ação preventiva e educativa".
Uma destas ações propostas pelo texto de Aparecida é precisamente "garantir a participação dos jovens em peregrinações, nas jornadas nacionais e mundiais da juventude, coma devida preparação espiritual e missionária, e na companhia dos seus pastores".
JMJ: oportunidade para combater a relação entre drogas e satanismo
LUIS ROBAYO
Jaime Septién - publicado em 13/06/13
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