As crianças precisam de ambos os pais, e agora muitas já não podem contar com a figura paterna
Atualmente, estamos ouvindo falar de um declínio no número de casamentos. O que muitas vezes não ouvimos, porém, é uma das enormes consequências disso, como apontado em um artigo de autor e diretor do National Marriage Project da Universidade de Virginia, Bradford Wilcox: a diminuição da paternidade verdadeira e holística.
Por que isso acontece?
Wilcox aponta que, com a diminuição dos casamentos na sociedade, há um crescimento das famílias sem pai. Com a coabitação, os casais que apenas moram juntos ficam mais propensos a acabar em separação do que os oficialmente casados.
Mas a instituição do casamento é a única que une os homens aos seus filhos, a única que pode mantê-los sob o mesmo teto. Estatísticas deixam claro que, enquanto o número de mulheres casadas de meia-idade na América caiu de 82% em 1970 para 62% hoje, a parcela de crianças que vivem em lares sem pai dobrou : de 14 a 28%.
Eu sei o que você está pensando: só porque o relacionamento dos pais acabou, isso não significa que as crianças ficam órfãs. Não, tecnicamente não, mas emocionalmente sim.
Não estou dizendo que os pais solteiros ou separados não amam seus filhos ou não têm a melhor das intenções. Porém, o contato regular com seus filhos depende muito da forma como eles se dão com os seus ex-parceiros, e raramente a situação é das mais amigáveis.
As crianças merecem o melhor, e a situação ideal para isso é em uma situação familiar estável com seus pais casados. Nestas circunstâncias, os pais podem desfrutar da interação do dia a dia com seus filhos e dar-lhes a atenção, disciplina e carinho de que precisam.
Se pensarmos que as crianças merecem se beneficiar do seu melhor potencial e qualidade de vida, então temos de deixar de ser tão complacentes diante do declínio do casamento.
(Publicado originalmente em MercatorNet em 24 de junho de 2013)