Aleteia logoAleteia logoAleteia
Sexta-feira 19 Abril |
Aleteia logo
Atualidade
separateurCreated with Sketch.

JMJ: exposição do arquiteto Gaudí no Rio de Janeiro

agxqxhaimbvfi6a3vw-q7rwvdx-kf8smleqavd5i4k330yhylrm_eilxsx8efhzubzq5m3qgkmbkim2tmwwv1dsp4liw.jpg

Aleteia Vaticano - publicado em 03/07/13

A mostra dá a conhecer a figura do artista, que vai além das suas obras, e cria um vínculo entre os jovens e Gaudí, o "colaborador da natureza"

Durante os dias da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o Rio de Janeiro acolherá "Antoni Gaudí and the Days of Creation" (Antoni Gaudí e os dias da criação), uma exposição criada especificamente para a JMJ, que busca dar a conhecer a figura do genial arquiteto que projetou a basílica da Sagrada Família de Barcelona.

A mostra pretende criar um vínculo especial entre os jovens e Gaudí, para que possam compreender melhor o mundo espiritual do arquiteto. Além disso, relaciona a vida de Gaudí com sua vontade de ser um "colaborador da natureza", fazendo seu método coincidir com o que Deus introduziu no mundo com a criação.

A exposição começa com um vídeo que narra a vida de Gaudí desde a infância, mostrando os lugares mais emblemáticos da sua vida, como explica um artigo de Fórum Libertas.

A seguir, a mostra se divide em três grandes espaços: "Fiat lux", "A natureza e o homem" e "O dia de descanso". Em todas elas, é possível observar grandes gráficos das suas obras, acompanhados de explicações do comitê científico e frases de Gaudí, além de reproduções das suas obras em diversas escalas.

"Fiat lux"

Em "Fiat lux", o espaço do fundo é branco e as imagens apresentadas são iluminadas. Isso enfatiza o efeito que se produz realmente nas obras de Gaudí: uma explosão de luz. Basta pensar na fachada da Natividad ou no interior da Sagrada Familia, onde as colunas representam um bosque mediterrâneo atravessado pela luz do sol.

Ou nas cores da Casa Batló. Como dizia Gaudí, "a glória é a luz, a luz é a alegria, e a alegria é o gozo do espírito". A luz é a primeira obra, a primeira palavra do Deus criador.

Nossos olhos reconhecem objetos quando a luz os ilumina: daqui surge o desejo de conhecer a própria luz, que faz as coisas do mundo brilharem e, com elas, desperta o sentimento da beleza.

A natureza e o homem

No espaço de "A natureza e o homem", será criado um ambiente simulando a natureza selvagem, mediante estruturas e grama artificial, mostrando imagens da natureza e da "colaboração" de Gaudí (que costumava dizer que ele não inventava nada, que tudo já estava feito). Será possível ver um Éden no qual o jardim se torna mais belo por meio da obra o genial arquiteto espanhol.

A relação de Gaudí com a natureza não se limitava a um amor genérico ou a um ecologismo barato; ele queria ir às profundezas da realidade, descobrindo quem havia criado tanta beleza. Gaudí não se contentava com dizer "Que bonito!", mas aprofundava na pergunta que representa as coisas: "O que é isso? Quem fez isso?".

Sua posição não se reduz a um naturalismo panteísta; Gaudí é realista, movido por um amor à realidade, criada e redimida, impregnada do Mistério. Brilha nisso o uso de todos os materiais, o amor aos detalhes e a representação de toda a natureza; e ressalta ainda mais a beleza da figura humana, ápice do Criador. Sua obra dá continuidade ao realismo de Giotto, Masaccio e Caravaggio: uma declaração de amor à realidade.

O dia de descanso

O terceiro e último espaço é um percurso entre telas semitransparentes nas quais serão reproduzidas as obras arquitetônicas de Gaudí: a natureza descansa nelas, como as colunas inclinadas que distinguem quase toda a sua obra.

Todas as obras de Gaudí "descansam", já que ele não lutava contra a força da gravidade, mas a usava para reforçar a estabilidade das suas estruturas (por exemplo, a centenária e as próprias colunas inclinadas). Este descanso se transforma em contemplação e oração: admiração, petição, louvor e agradecimento. O descanso não se contrapõe ao trabalho e à ação, mas os complementa e transcende.

Neste mundo repleto de coisas pouco importantes, devemos não somente recuperar a capacidade de contemplação, mas viver esta dimensão contemplativa sem separá-la da ação, sem fugir do mundo, sem sentimentalismos e também sem deixar-nos levar pelo ativismo, agitando-nos sem significado e sem finalidade.

Gaudí tinha claro o significado da sua obra e a contemplava. Por isso, aprender do seu olhar, capaz de alegrar-se com sua obra, pode nos ajudar a descobrir a alegria da vida.

Para finalizar, haverá um workshop sobre hiperboloides, para que os jovens possam entender melhor esta figura tão empregada por Gaudí.

A exposição estará na galeria do piso térreo do BNDES, no Rio de Janeiro (Avenida República do Chile, 100, CEP 20031-917), e a área de exposição será de 320 m2. O horário de funcionamento será das 10h às 22h.

Esta exposição é uma continuidade da que esteve na JMJ de Madri, intitulada "Sagrada Familia: moved by beauty" e preparada pela mesma equipe de especialistas.

Tags:
JMJJovensMeio ambiente
Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia