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Escândalos no Banco Vaticano: começam as reformas de Francisco

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FILIPPO MONTEFORTE

Lucandrea Massaro - publicado em 04/07/13

Depois da nomeação de uma Comissão de Cardeais para ajudar na reforma da Cúria, mudanças no Banco Vaticano levam às demissões de seus principais diretores

Para a imprensa italiana, a era Bergoglio começou com uma revolução. Além da Comissão de Cardeais para a reforma da Cúria, a reforma do IOR (Banco Vaticano) produziu, além da recente prisão do monsenhor Nunzio Scarano, um primeiro passo para a renovação do IOR e sobretudo das práticas que regulam o Instituto. Assim devem ser vistas os pedidos de demissão (provavelmente para prevenir uma destituição) do diretor geral Paolo Cipriani e do vice-diretor Massimo Tulli.

Enquanto isso, o Conselho de Superintendência – afirma a Sala de Imprensa vaticana – iniciou um processo de seleção, com a finalidade de nomear novos diretores. 

Essa aceleração foi provocada pela prisão, com a acusação de desvio de dinheiro, do monsenhor Scarano, que antes era responsável pelo serviço de contabilidade analítica da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica (APSA). Ele afirmou em interrogatório que sabia que estava fazendo uma ação arriscada, nos limites da legalidade, quando, com a ajuda de um agente secreto (Giovanni Zito, que teria recebido uma propina de 400 mil Euros) e de um agente financeiro, tentava trazer da Suíça, a bordo de um avião privado, a cifra de 20 milhões de Euros. O clérigo afirmou que atuava “movido pelo desejo de fazer uma boa obra para pessoas que conhecia há 30 anos e que sempre havia considerado benfeitores” (Unità, 2 de julho).

Esse não é, no entanto, o único problema do IOR, apenas o mais recente. Já em 2010, o diretor geral Paolo Cipriani, que efetuava os movimentos junto com o então presidente Ettore Gotti Tedeschi, realizou duas transferências no valor de 23 milhões de Euros. Uma operação que, para a polícia financeira italiana, foi considerada suspeita. Foi ordenada retenção do dinheiro e se exigiu uma série de comprovações. Isso revelou outras transferências ilegais.

A descoberta foi dramática: suspeita-se que os depósitos dirigidos a religiosos estavam sendo colocados à disposição de clientes leigos e, em alguns casos, de conhecidos mafiosos

Mas se descobriu sobretudo – também graças à colaboração do próprio Gotti Tedeschi – a falta de transparência de várias operações realizadas com o aval dos dirigentes do Banco Vaticano. A “desgraça” de monsenhor Scarano foi a confirmação disso (Corriere della Sera, 2 de julho).

Surge um quadro desolador: com os contatos adequados, qualquer pessoa, durante anos, teria podido abrir uma conta no Banco Vaticano e lavar dinheiro. No conclave que elegeu Francisco decidiu-se acabar com isso. Para fazê-lo, elegeu-se um sacerdote que não pertence aos círculos vaticanos e que – com a ajuda da documentação sobre o Vatileaks – começou a realizar uma ação decidida de reforma contra as deformações de uma estrutura nascida no Renascimento para ajudar o Papa, mas que tem vícios de práticas pouco transparentes (Repubblica, 2 de julho).

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