JMJ: os jovens são um grande desafio na transmissão da fé

Em entrevista exclusiva à Aleteia, o presidente do CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano), Dom Carlos Aguiar Retes, reflete sobre o momento atual dos jovens na América Latina e no mundo frente à próxima JMJ, e sobre a esperança que surgiu após a nomeação do Papa Francisco, o primeiro papa do continente americano, que concentra 50% dos católicos do mundo inteiro.

Com um amplo histórico como dirigente episcopal no México, Dom Aguiar participou ativamente da 5ª Conferência Geral do CELAM, em Aparecida. Muito próximo do Papa Francisco, Dom Aguiar é, sem dúvida, uma das vozes episcopais mais qualificadas da América Latina para falar da mudança de época e da conversão pastoral à qual o texto de Aparecida convida.

Há uma nova juventude na América Latina, que precisa de um tipo de mensagem "diferente" da que a Igreja transmitia às nossas gerações?

Sem dúvida. Hoje, os jovens têm outra importância cultural, o que representa um gigantesco desafio para a transmissão da fé. É um dos desafios mais urgentes. É preciso encontrar as estratégias pastorais para a evangelização das novas gerações.

A "transmissão automática" da fé já não é um fato constatável entre os jovens. O Papa Francisco influenciará a juventude latino-americana?

Tenho certeza de que o Papa Francisco, com a transparência e clareza da sua mensagem, será uma alternativa viável e eficaz. No entanto, tal mensagem deverá ser acompanhada pelos demais pastores (bispos, padres e agentes de pastoral), nos níveis diocesanos e paroquiais.

Na JMJ do Brasil, o senhor acha que haverá um "pentecostes" da juventude com o Papa Francisco?

Vamos pedir esta graça a Deus. É preciso orar nestes dias com grande intensidade e esperança. Sem dúvida, o Senhor escutará os nossos pedidos, mas é necessário que haja sede da presença e da ajuda do Espírito Santo.

O que o CELAM espera deste tipo de encontros, dado que a participação dos jovens foi recomendada no Documento de Aparecida?

De fato, consideramos que os jovens amam e desejam este tipo de encontro, já que a presença de outros jovens, de diferentes origens e culturas, mas em comunhão de fé, fortalece as próprias convicções e consolida suas atitudes e seu amor a Cristo e à Igreja; enriquece suas experiências de serviço e missão a favor dos mais pobres e desprotegidos; e os faz crescer em sua consciência de discípulos e missionários de Jesus Cristo.