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O que é ter fé? Dois papas respondem

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Vatican News - publicado em 05/07/13

Os aspectos mais importantes da nova encíclica, Lumen Fidei

A luz da (LF, "Lumen Fidei") é a primeira encíclica assinada pelo Papa Francisco. Dividida em quatro capítulos, uma introdução e uma conclusão, a carta, segundo explicou o próprio Papa, se une às encíclicas do Papa Bento XVI sobre a caridade e a esperança, e assume o valioso trabalho realizado pelo papa emérito, que já havia praticamente completado a encíclica sobre a fé. A esta primeira redação, o Papa Francisco acrescenta agora algumas contribuições.

Introdução

A introdução da LF ilustra os motivos nos quais o documento se baseia: em primeiro lugar, recuperar o caráter de luz próprio da , capaz de iluminar toda a existência do homem, de ajudá-lo a distinguir o bem do mal, sobretudo em uma época como a atual, na qual crer parece se opor a buscar, e a é vista como uma ilusão, um salto ao vazio, que impede a liberdade do ser humano. Em segundo lugar, a LF quer reavivar a percepção da amplitude dos horizontes que a abre, para confessá-la na unidade e na integridade.

Capítulo 1: Acreditamos no amor

Em referência à figura bíblica de Abraão, neste capítulo a é explicada como escuta da Palavra de Deus, chamado a sair do isolamento do próprio eu, para abrir-se a uma vida nova, e promessa do futuro, que torna possível a continuidade do nosso caminho no tempo, unindo-se assim fortemente à esperança. A também se caracteriza pela paternidade, porque o Deus que nos chama não é um Deus estranho, mas um Deus Pai, a fonte de bondade que é a origem de tudo e sustenta tudo, como se vê na história de Israel.

A LF comenta depois a figura de Jesus, o mediador que nos abre a uma verdade maior que nós mesmos, uma manifestação do amor de Deus que é o fundamento da , porque Ele revela seu inquebrantável amor pelo homem. Mas há outro aspecto decisivo da em Jesus: a participação em sua maneira de ver as coisas. A , de fato, não só olha para Jesus, mas também vê tudo do ponto de vista de Jesus, com os seus olhos.

Graças à , o homem se salva, porque se abre a um Amor que o precede e o transforma partindo de dentro. E esta é a ação própria do Espírito Santo. Fora da presença do Espírito, é impossível confessar o Senhor. Portanto, a existência do crente se torna existência eclesial, porque a é confessada dentro do corpo da Igreja, como comunhão real dos crentes.

Os cristãos são um sem perder sua individualidade e, no serviço aos outros, cada um ganha seu próprio ser. Por isso, a não é algo privado, uma concepção individualista, uma concepção subjetiva, mas nasce da escuta e está destinada a pronunciar-se e a converter-se em anúncio.

Capítulo 2: Se não acreditardes, não compreendereis

O Papa demonstra a estreita relação entre e verdade, a verdade fiável de Deus, sua presença fiel na história. A sem a verdade não salva, mas se reduz a uma bela fábula, a projeção dos nossos desejos de felicidade.

E hoje, devido à crise de verdade em que nos encontramos, é mais necessário que nunca sublinhar esta conexão, porque a cultura contemporânea tende a aceitar somente a verdade tecnológica, o que o homem pode construir e medir com a ciência e o que é verdade porque funciona, ou as verdades do indivíduo, válidas somente para si mesmo e não ao serviço do bem comum.

A LF sublinha o vínculo entre e amor, entendido não como um sentimento que vai e vem, mas como o grande amor de Deus, que nos transforma interiormente e nos dá novos olhos para ver a realidade. Se a está ligada à verdade e ao amor, então, amor e verdade não podem se separar, porque só o verdadeiro amor resiste à prova do tempo e se torna fonte de conhecimento.

E, dado que o conhecimento da nasce do amor fiel a Deus, verdade efidelidade caminham juntas. A verdade à qual a nos abre é uma verdade centrada no encontro com Cristo encarnado, que, vivendo entre nós, nos tocou e nos deu sua graça, transformando nossos corações.

Capítulo 3: Transmito-vos aquilo que recebi

Todo o capítulo se centra na importância da evangelização: quem se abriu ao amor de Deus, não pode reter este presente para si mesmo: a luz de Jesus resplandece sobre o rosto dos cristãos e assim se difunde, se transmite sob a forma de contato, como uma chama que acende a outra, e passa de geração em geração, por meio da corrente ininterrupta das testemunhas da .

Há, no entanto, um meio particular pelo qual a pode ser transmitida: são os sacramentos, nos quais se comunica uma memória encarnada. O Papa cita, em primeiro lugar, o Batismo (tanto de crianças como de adultos, em forma de catecumenato), que nos recorda que a não é obra do indivíduo isolado, um ato que pode ser cumprido sozinho, mas que deve ser recebida, em comunhão eclesial.

Em segundo lugar, a encíclica cita a Eucaristia, precioso alimento para a , ato de memória, atualização e mistério, que conduz do mundo visível ao invisível, ensinando-nos a ver a profundidade do real.

O Papa recorda depois a confissão da , o Credo, no qual o crente não só confessa a , mas se vê envolvido na verdade que confessa; a oração, o Pai-Nosso, com o qual o cristão começa a ver com os olhos de Cristo; o Decálogo, entendido não como um conjunto de preceitos negativos, mas como um conjunto de indicações concretas para entrar em diálogo com Deus, deixando-se abraçar pela misericórdia, caminho da gratidão rumo à plenitude da comunhão com Deus.

Por último, o Papa sublinha que a é una pela unidade do Deus conhecido e confessado, porque se dirige ao único Senhor, que nos dá a unidade de visão e é compartilhada por toda a Igreja, que forma um só corpo e um só Espírito.

Capítulo 4: Deus prepara para eles uma cidade

Este capítulo explica a relação entre a e o bem comum, o que conduz à formação de um lugar onde o homem pode viver junto aos outros. A , que nasce do amor de Deus, torna fortes os laços entre as pessoas e se coloca ao serviço concreto da justiça, do direito e da paz.

A é um bem para todos, um bem comum; não serve unicamente para construir a vida eterna, mas ajuda a edificar nossas sociedades, para que caminhem rumo ao futuro com esperança.

A encíclica se centra depois nos âmbitos iluminados pela : família, jovens, relações sociais, natureza, sofrimento e morte.

Conclusão: Feliz daquela que acreditou

No final da LF, o Papa nos convida a contemplar Maria, ícone perfeito da , porque, como Mãe de Jesus, ela concebeu a alegria.

A Ela se dirige a oração do Papa, para que ajude a do homem, que nos recorde que aqueles que creem nunca estão sozinhos, e que nos ensine a ver com os olhos de Jesus.

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