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Voluntária inglesa: a JMJ mudou minha maneira de rezar e viver

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Inma Alvarez - publicado em 08/07/13

Conheça a experiência de uma jovem na JMJ e o despertar de uma geração de católicos ingleses

Um pequeno, mas significativo grupo de jovens peregrinos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) viajará do Reino Unido ao Rio de Janeiro, em representação da Conferência Episcopal da Inglaterra e Gales. Uma das organizadoras do UKpilgrims é Paula Méndez, chilena residente na Inglaterra, também voluntária internacional do Twitter para o grande evento do Rio de Janeiro.

Paula também é coautora de um livro sobre a experiência vivida na JMJ de Madri, que está sendo promovido no site oficial da JMJ. Além disso, ela pertence ao grupo Catholic Voices, que tanto contribuiu para o sucesso da visita do Papa Bento XVI ao Reino Unido em 2010.

Ela mesma relata sua experiência à Aleteia:

Você publicou um livro sobre a JMJ, baseado sobretudo na sua experiência, junto à de outros jovens, em Madri. Você poderia nos contar um pouco mais sobre esta experiência?

A experiência da JMJ de Madri impactou muito a minha vida, de diversas maneiras. Antes de tudo, estar fisicamente lá foi como um golpe ao sistema. Acho que, antes de chegar a Madri, eu não sabia o que encontraria, nem como seria tudo; pensei que seria algo parecido ao que vivo aqui, mas não! Encontrei uma Igreja jovem, viva e com muita energia!

Encontrei uma visão de Igreja que é a Igreja de Cristo, e isso é muito forte, porque, quando a pessoa vê isso com seus próprios olhos, o Evangelho se torna real, a fé se torna real, e eu me atreveria a dizer que foi como se Deus me permitisse ter uma visão do que será a eternidade.

Também fui tocada pelas catequeses das quais participei. Receber instrução dos nossos bispos e cardeais é realmente uma oportunidade única, um privilégio. Em Madri, a primeira catequese de que participei foi "Viva a vida".

Esta catequese mudou a minha vida. Antes, eu poderia dizer que era pró-vida por tradição, mas realmente não existia em mim uma convicção, nem paixão. Mas, depois desta catequese e, ao receber formação tanto moral como científica, meus olhos se abriram e, desde então, sou uma ativista pró-vida.

Por último, os atos centrais com o Papa me deram a oportunidade de me unir em oração e celebração com Deus e com os demais peregrinos, que em Madri foram cerca de 2 milhões de pessoas. Isso foi para mim uma comemoração da universalidade da Igreja, e me ajudou a entender sua imensidade; ainda que possam lhe explicar o que é isso, você só entende quando vive.

Acho que é verdade dizer que ter participado da JMJ de Madri transformou a minha fé, minha forma de rezar e minha forma de viver a vida na Igreja Católica.

É interessante que esta iniciativa de vocês tenha acontecido na Inglaterra, pois tanto a Espanha como o Rio de Janeiro estão física e afetivamente longe do mundo britânico. A visita de Bento XVI ao Reino Unido influenciou este "despertar"?

Completamente! A visita de Bento XVI em 2010 foi como um pentecostes para os britânicos que foram aos atos com o Papa ou o acompanharam pela televisão.

Um dos exemplos que influenciou este "despertar" durante a visita de Bento XVI foi o simples fato de ele ter falado em inglês. As pessoas o ouviam e se impressionavam com o que ele dizia. Todas as suas intervenções são muito bem recordadas, e cada católico aqui tem a sua favorita. Todos nós sentimos muito carinho por ele e, de fato, quando o Papa Bento XVI renunciou, alguns católicos do Reino Unido se autodenominaram "geração Bento".

Outra influência importante foi a vigília de Hyde Park, onde ele convidou os jovens britânicos a participarem da JMJ de Madri. Foi incrível: depois disso, 4 mil jovens foram a Madri, um número recorde para o Reino Unido. Os jovens voltaram com o entusiasmo de viver a fé e a nossa religião católica com muita determinação, e agora os jovens britânicos católicos estão mais unidos que nunca.

Finalmente, nós, os coeditores, acreditamos fortemente que as JMJ são fonte de renovação na Igreja. A iniciativa do livro "World Youth Day: Inspiring Generations" nasce das experiências que tivemos na JMJ e do desejo de querer aproximar o peregrino britânico das Jornadas. O livro oferece testemunhos vividos por peregrinos na JMJ de Madri e espera que outros participem da próxima JMJ depois de lê-lo.

A JMJ deve cristalizar depois em uma pastoral juvenil concreta. Que iniciativas vocês colocarão em prática depois do Rio de Janeiro?

Depois da visita papal em 2010, muitas dioceses reorganizaram suas pastorais juvenis e contrataram líderes juvenis. Também organizaram eventos nacionais, como Flame, que foi uma conferência católica que reuniu jovens de todo o país em Wembley Arena, um evento parecido com um dia da JMJ. Neste momento, há várias atividades para os que não poderão ir ao Rio; são chamados de WYD at Home, como uma "JMJ em casa".

Pessoalmente, depois da JMJ do Rio, não sei o que Deus vai me pedir. Eu adoraria cristalizar o trabalho das JMJ em um site britânico, especialmente dedicado a elas, mas neste momento ainda não tenho as coisas claras.

Você acha que a JMJ é uma resposta aos desafios atuais dos jovens? Por quê?

Sim, completamente. Os desafios atuais dos jovens podem ser melhor vividos com dois elementos necessários: Deus, por meio de espaços de oração; e formação, por meio de catequeses. Ambos são parte intrínseca das JMJ.

As JMJ são uma oportunidade para sair de si mesmo, tanto física como espiritualmente, e assim viver uma experiência única e nova. Antes de mais nada, com Deus, já que, com Ele, todas as experiências são novas. Ele tem uma maneira especial de nos dar momentos que são únicos na nossa vida; só precisamos dar-lhe nosso tempo – que é exatamente o que fazemos ao ir à JMJ.

Em segundo lugar, já que na JMJ não se está no ambiente normal, isso nos faz estar mais abertos ao outro; então, conversamos com todo mundo e compartilhamos tudo. Isso nos faz perceber que não estamos sozinhos, que vivemos a mesma fé e que, além disso, temos inquietudes e problemas semelhantes. Isso é particularmente valorizado no mundo secularizado em que vivemos, no qual a fé, crer em Deus ou os valores cristãos não são compreendidos.

Finalmente, para mim, as catequeses são momentos muito importantes de formação, e uma oportunidade para tocar em temas relevantes para a juventude, explicando, por meio de excelentes oradores, a perspectiva da Igreja (o Catecismo), tanto em temas espirituais como em temas polêmicos, por exemplo, sexualidade e drogas.

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