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Nova encíclica: a experiência do amor precede a fé

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GABRIEL BOUYS

Aleteia Vaticano - publicado em 11/07/13

Para os apóstolos e para os grandes cristãos, que foram e são os santos, falar da fé não significou tratar de verdades abstratas, bem elaboradas pela razão humana

O arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Scherer, afirma que a primeira encíclica do Papa Francisco, Lumen Fidei, publicada no dia 5 de julho, destaca que o ato de fé é precedido pelo amor de Deus.

“É interessante notar que o Papa não fala da a partir das “verdades da fé”: o primeiro capítulo traz o título – “acreditamos no amor”. Nosso ato de fé é precedido pelo amor de Deus, que se manifesta ao mundo e nos faz experimentar seu amor salvador; a experiência do amor precede a fé!”

“Não é também isso que acontece entre as pessoas? Quando duas pessoas se amam verdadeiramente, elas passam a acreditar profundamente uma na outra…”, afirmou o cardeal em artigo publicado esta semana.

Segundo o cardeal, já se ouviu o papa emérito Bento XVI afirmar que “nossa e nossa experiência religiosa não decorrem de uma doutrina perfeita, nem de um ideal ético altíssimo, mas do encontro com a pessoa de Deus, amoroso e fiel, que se revelou, veio ao nosso encontro e nos amou”.

“É a isso que o Papa se refere quando fala, na encíclica, sobre Abraão, nosso pai na fé, a experiência histórica e mística do Povo de Israel, a vinda do Filho de Deus ao mundo e a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo.”

“‘Ele me amou e por mim se entregou na cruz’, exclama São Paulo, depois de fazer a experiência do encontro com Jesus Cristo no caminho de Damasco; sua fé foi vivíssima e inabalável porque experimentou o “mistério” do amor de Deus, manifestado em Cristo Jesus.”

“Para os apóstolos e para os grandes cristãos, que foram e são os santos, falar da não significou tratar de verdades abstratas, bem elaboradas pela razão humana; eles falavam, antes de tudo, da pessoa de Deus e de Jesus Cristo, de sua ação envolvente, especialmente de seu amor misericordioso e de sua providência. As verdades da fé e da moral, também elaboradas bem como doutrinas, seguem depois disso”, destaca Dom Odilo.


O arcebispo destaca que a encíclica fala ainda que é preciso crer para compreender. “A fé é um dom sobrenatural, que nos é dado como luz forte, que nos faz perceber melhor aquilo que queremos compreender. É o contrário do que, geralmente, as pessoas imaginam: não é ‘ver para crer’, mas ‘crer para ver’”.

Sobre a transmissão da fé, a encíclica destaca que “cremos no testemunho de quem creu primeiro; e temos motivos bons para fazer isso! Cremos com quem já creu, os mártires, os santos, os mestres da fé ao longo da história. Cremos e temos o compromisso de continuar a transmitir hoje essa preciosa herança da fé!”

E sobre as obras da fé, o documento assinala que “a fé, sem as obras, é morta em si mesma”; “mas não se trata de opor as obras à fé: estas são decorrência e fruto da fé verdadeira”.

A encíclica Lumen Fidei (A Luz da Fé) foi “escrita a quatro mãos”, segundo afirmou o próprio Francisco, uma vez que Bento XVI já havia trabalhado no texto, antes de abdicar ao pontificado.

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