Há alguns anos, tive a oportunidade de conhecer o Chico, quem, duas semanas depois, se tornaria meu maior amigo, graças à sua grande capacidade de caridade e serviço.
A árvore daquela sólida amizade cresceu e do Chico aprendi que uma pessoa pode ser santa no seu trabalho, convertendo em oração as tarefas que realiza, "porque isso nasce do coração que se dedica a Deus".
Com ele, eu soube que o dinheiro não tinha tanto valor como quando se usa para ajudar. Com ele, comprovei que "há mais alegria em dar que em receber".
O que eu nunca imaginaria era que aquele amigo inteligente, trabalhador e de oração perderia totalmente a memória.
Assim é o Alzheimer. Ainda que digam que o Chico padece de outros males, no entanto, ele afirma que é a melhor coisa que poderia ter lhe acontecido.
Ele diz que agora é milionário, porque, ainda que não tenha como pagar o almoço, nunca teve tantas mãos amigas servindo-o.
Diz que é sortudo, porque sua bela família está "mais unida que nunca" e se preocupa por oferecer-lhe amor e carinho.
Diz que agora tem paz, porque Deus lhe concedeu dias livres, que dedica à oração e ao descanso.
A preciosa amizade que construímos ao longo de mais de uma década mudou de horários, mas continua sendo a mesma.
Ele já não se lembra do que fizemos há um ano, muito menos há 10 anos. Mas lembra do que fizemos há 3 meses.
Como ele, existem muitos, mas alguns não guardam "tanto" tempo; para outros, a bênção é de 3 semanas, 3 dias talvez.
Por isso, a luz brilha quando tudo está escuro.
Por isso, Deus coloca túneis no ocaso da vida, pois o peso da cruz costuma afugentar os que não são dignos de carregar o nobre troféu de uma amizade genuína.
Por isso, as árvores crescem justamente quando são podadas e cuidadas.
Assim são os amigos: fazem que o outro viva com a maior alegria cada segundo, um segundo que poderia ser o último.
Cada semana, nós nos reunimos para bater papo e compartilhar coisas. E assim continuamos… colhendo uma belíssima amizade que se renova a cada três meses.
Já não importa se ele troca meu nome. Eu sei o dele e isso me basta! A velhos amigos como ele, não é preciso estudá-los, mas amá-los.
Pode ser que ele não se lembre de que juntos caminhamos e construímos, mas eu sim me lembro e, em sua homenagem, cuido desta lembrança e a conservo.
Tomara que Deus nos conceda sempre continuar colhendo este tipo de árvores que chamamos de "bons amigos". Ainda que sejam amigos de "apenas três meses"!
O velho amigo de três meses

Carlos Zapata - publicado em 16/07/13
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