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Eutanásia: homem saudável de 62 anos recebe ajuda para morrer

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Aleteia Vaticano - publicado em 18/07/13

Na Suíça, os que se dizem filantropos ajudam um homem saudável a se suicidar porque ele se considerava condenado por uma doença inexistente

Mais um trágico acontecimento reavivou o debate sobre a eutanásia, também conhecida como suicídio assistido.

Após receber o suposto diagnóstico de uma doença incurável, um magistrado italiano de 62 anos, Pietro D'Amico, procurador-geral em Catanzaro (Itália) de 1995 até sua demissão, há 3 anos, foi à Suíça no último mês de abril para pedir a morte, sem avisar seus parentes. Mas uma autópsia solicitada depois pela família revelou que o homem estava completamente saudável.

Pietro D’Amico era um homem com saúde. Possivelmente era infeliz, mas estava totalmente sadio: nenhuma doença degenerativa, nenhuma doença incurável, mas talvez um desejo incurável de morrer.

Tal desejo seria suficiente para justificar um ato de eutanásia?

Esta é a pergunta que responde Emanuela Vinai em seu artigo, publicado em 8 de julho pela agência informativa católica SIR e traduzido pela Aleteia:

Para chegar à verdade, foi necessária a tenacidade da sua filha, que não se conformava com uma versão dos fatos que não parecia verdadeira nem confiável.

Quando recebeu a ligação que anunciava a morte do seu pai, Francesca D'Amico descartou imediatamente a hipótese de uma estranha e indefinida "patologia degenerativa invisível aos instrumentos médicos", desconhecida totalmente pela família.

E agora o resultado da autópsia lhe deu a razão, como destacou o advogado da família, para quem "os sofisticados e profundos exames de laboratório dos elementos extraídos do corpo excluíram a existência desta grave e incurável doença, declarada por alguns médicos italianos e confirmada por médicos suíços".

A clínica sustenta que o magistrado chegou á Suíça exibindo dois certificados médicos italianos que provavam seu grave estado de saúde. Uma autocertificação considerada válida por uma estrutura que "ajuda a morrer, não a viver" e que não considerou necessário exigir mais verificações.

Agora o caso passa a ser julgado, para buscar o nexo de causalidade entre o erro de diagnóstico e o que foi definido publicamente como "triste acontecimento".

Aos familiares, além da dor, resta a amarga consciência de que Pietro poderia ter sido salvo. Bastava um exame mais profundo, bastava uma análise, bastava uma ligação à família, realizada antes, não depois.

Podemos ser um pouco polêmicos com as palavras, mas "suicídio assistido" quer dizer que, se alguém se apresenta dizendo que quer morrer, ao invés de estender-lhe a mão, os ouvidos, o coração, a pessoa é ajudada a escolher o meio pelo qual vai sair do mundo.

Todos nós já tivemos a experiência de apoiar um pai, um irmão, um amigo, um primo, um conhecido que passou ou passa por um momento de especial dificuldade ou fragilidade psicológica. Ninguém, no entanto, pensa que a solução do problema consiste em eliminar quem tem o problema.

Vivemos em uma sociedade desanimada, voltada para si mesma, na qual a eutanásia é patrocinada com superficialidade por falsos filantropos que pensam que a única resposta a uma questão de solidão, de sofrimento, de abandono está na promoção de uma viagem sem volta.

Mas não faltam sinais de esperança.

O Papa Francisco, em Lampedusa, falou ao coração e às mentes: "Onde está o seu irmão?". Esta pergunta não pode ficar sem resposta, ou o que é pior: não pode ser respondida exibindo uma forma distorcida de compaixão, que parece mais como uma tentativa de fugir de responsabilidades como a de cuidar realmente do outro.

"Não sei; por acaso sou o guardião do meu irmão?" Sim, nós somos. Não por ser católicos, mas seres humanos. Guardiões não no sentido de ser supervisores, vigias, mas pessoas que velam umas pelas outras, que se reconhecem uma na outra, sobretudo quando o olhar restitui a imagem mais dura de se ver: a de quem pede ajuda.

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