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Twitter: filósofo elogia o sucesso da conta do Papa Francisco em latim

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Aleteia Vaticano - publicado em 18/07/13

O Papa Francisco usa o Twitter para dar vida ao idioma oficial da Igreja

Com os meios de comunicação tomando conhecimento do inesperado sucesso dos tweets do Papa Francisco em latim, um erudito versado neste idioma acha notável que tantas pessoas estejam interagindo nesta língua "morta" por meio do Twitter.

Com 123 mil seguidores, a conta @Pontifex_ln atualmente é vista por mais usuários que os tweets do Papa em polonês, alemão e árabe. Os tweets não estão apenas sendo lidos em latim: alguns usuários estão respondendo no mesmo idioma.

"É notável que a conta em latim no Twitter seja tão vigorosa", disse à CNA o Dr. Timothy Noone, professor de filosofia na Universidade Católica da América, em 26 de junho.

"Se você considerar o Twitter apenas como uma nova forma de se comunicar, eu não fico muito surpreso. O que é mais impressionanete é a maneira como muitas pessoas ainda se sentem confortáveis ​​ao escrever em latim."

"Isso causa surpresa, mas é muito agradável, na verdade", acrescentou o estudioso, que é especialista em metafísica medieval e epistemologia, em particular no pensamento do Beato João Duns Escoto.

O Twitter é usado para enviar mensagens curtas, restritas a 140 caracteres. Mas os tweets podem ser "bastante mundanos", uma simples "comunicação cotidiana" ou "extremamente profundos".

"Você pode dizer algo extremamente profundo, mas de forma enigmática, como um aforismo."

O último tweet do Papa Francisco em latim – ou, como o Pe. John Zuhlsdorf sugeriu, "pipatum" – diz: "Domine, largire nobis gratiam plorandi indifferentem animum nostrum necnon immanitatem quae in mundo et in nobis insaeviunt" ("Senhor, dai-nos a graça de chorarmos pela nossa indiferença, pela crueldade que existe no mundo e em nós").

O alto índice de interação com os "pipati" contradizem a alegação de que o latim é uma língua morta.

O especialista observou que o gaélico irlandês, que era falado por menos de 3% dos irlandeses em 1922, chega a 40% hoje; e o hebraico, que era usado somente por rabinos e judeus ortodoxos particularmente devotos, mas agora é a língua nacional de Israel.

"Não é verdade o que as pessoas tendem a dizer: que, quando uma língua fica abaixo de certo limite, é impossível revivê-la – disse Noone. Os exemplos contrários são bastante claros. Se houver um esforço real e os recursos necessários, o idioma pode ser revivido, para ser lido, escrito e falado."

Noone destacou a importância da língua latina para a compreensão da cultura ocidental. Muitos trabalhos importantes da medicina, literatura, poesia, filosofia ou teologia foram escritos em latim no Ocidente, de 400 até aproximadamente 1450.

"O verdadeiro problema é a literatura: se você se afasta do latim, você se afasta de um enorme pedaço da experiência coletiva."

O especialista sugeriu que a Igreja poderia ajudar a "encaminhar esse processo", e se perguntou se a Academia Pontifícia para o Latim, criada pelo Papa Bento XVI em novembro, vai acelerar este processo.

Juntamente com a criação da Academia Latina do Vaticano e o aumento das Missas em latim, as mais de 100 mil pessoas lendo os tweets em latim ajudarão a reviver este idioma.

Bento XVI começou a twittar em dezembro de 2012 em oito línguas; as mais populares são Espanhol e Inglês, com 2,8 e 2,7 milhões de seguidores, respectivamente. Os tweets papais também são enviados em italiano, português e francês.

O latim foi adicionado como o nono idioma para os tweets papais em janeiro, após o Vaticano receber cartas e tweets pedindo a adição.

(Publicado originalmente pela Catholic News Agency)

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