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Papa Francisco e a questão do meio ambiente

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Aleteia Vaticano - publicado em 19/07/13

Entenda o que quer dizer "cultivar e conservar a terra" e como os católicos concebem a relação do ser humano com a natureza

No dia 5 de junho deste ano, comemoramos o Dia Mundial do Meio Ambiente, promovido pela ONU. Nesse dia, o Papa Francisco dedicou sua catequese a este tema, na tradicional audiência de quarta-feira.

Judeus e cristãos já foram acusados de ter colaborado na deterioração da natureza, por terem supostamente levado ao pé da letra as palavras com que Deus a confiou a Adão e Eva. Muitas vezes, os papas responderam a esta acusação, afirmando que o homem é como um "vizir" a quem o Senhor pede que cuide de suas propriedades de maneira responsável.

Nesta ocasião, o Papa Francisco se pergunta o que quer dizer cultivar e conservar a terra. Ele recorda a atenção, paixão e dedicação que o agricultor coloca ao cuidar da sua terra, para que ela dê frutos e estes sejam compartilhados.

O Papa acrescenta: "Cultivar e conservar a criação é uma indicação de Deus, dada não só no início da história, mas a cada um de nós; faz parte do seu desígnio; significa fazer com que o mundo se desenvolva com responsabilidade, transformá-lo para que seja um jardim, um lugar habitável para todos".

Citando Bento XVI, afirma que, com frequência, nós nos deixamos guiar pelo desejo de dominar, possuir, manipular e explorar o mundo criado. Quando nos deixamos levar por esta cobiça, acabamos nos comportando mal com a natureza: "Não a conservamos, não a respeitamos e não a consideramos como um dom gratuito do qual cuidar".

É verdade que também muitos dos nossos contemporâneos não crentes lamentam este comportamento humano. Alguns o fazem por medo de que os recursos da natureza se esgotem; outros, porque lhe atribuem uma dignidade quase humana.

O raciocínio do Papa se apoia na fé. Segundo ele, destruímos o meio ambiente "porque pensamos e vivemos de forma horizontal; nós nos afastamos de Deus e já não lemos os seus sinais".

Esta observação é muito interessante. Para quem crê, a natureza é criação. É como uma obra de arte que nos leva a conhecer seu autor. A teologia medieval falou muitas vezes da natureza como o primeiro livro de Deus. Assim a viram São Francisco de Assis, São João da Cruz e Santo Inácio de Loyola.

Mas este "eclipse de Deus" no qual vivemos não só nos leva a esquecer dele e a ignorar seus filhos, que são nossos irmãos, mas também a destruir esta casa que Ele confiou ao nosso cuidado.

O esquecimento de Deus tem como consequência um mau relacionamento do homem com a natureza. Alguns chegam a adorá-la, como se dela pudesse vir a salvação. Outros muitos decidem profaná-la, como se ela não tivesse uma referência sagrada.

Evidentemente, precisamos de uma educação ambiental. E de um exercício de contemplação, que nos leve a ver na natureza um sinal de Deus. Esta atitude de gratidão e responsabilidade é uma inegável colaboração da fé cristã com os movimentos de procuram promover o respeito ao meio ambiente.

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