“Corremos o risco de ter uma geração sem trabalho”, afirma Francisco
Há poucos dias, o vaticanista Andrea Tornielli deixava claro, em seu blog, que boa parte do programa do pontificado do Papa Francisco se poderia ler no documento de Aparecida.
E isso é verdade, como já apontou a Aleteia em diversas entrevistas e análises prévias à JMJ.
No caminho de Roma ao Rio de Janeiro, ao conversar com os jornalistas, ficou muito clara a preocupação do Papa com o sistema econômico atual, principalmente no que se refere ao desemprego entre os jovens.
“Corremos o risco de ter uma geração sem trabalho”, afirmou Francisco, que enfatizou a importância do trabalho na dignidade da pessoa.
De acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho, os jovens na América Latina vivem uma taxa de desemprego em torno de 14,4%, em comparação com os 12,7% da média mundial.
O desemprego entre os jovens é quase o dobro da taxa de desemprego geral – ao redor de 7% –. Em relação aos adultos, é o triplo – este convivem com 4,5% de desemprego –.
Aproximadamente 7 milhões de jovens entre 15 e 24 anos estão desempregados na América Latina. Cerca de 20 milhões não estudam, não trabalham e não buscam emprego.
Os bispos e leigos reunidos em Aparecida (maio de 2007), sob a guia – na redação final do documento – do então cardeal Jorge Bergoglio, estavam atentos a essa problemática.
Entre os caminhos de solução, eles apontavam uma opção preferencial pelos jovens, a evangelização deles, a figura de Cristo como modelo de virtude, as obras educativas e de capacitação, entre outras.
Os integrantes da Conferência de Aparecida não poderiam imaginar este ano de 2013 e esta JMJ. Mas não há ocasião melhor para colocar ainda mais em prática as diretrizes de Aparecida em relação à juventude.
Por isso o Papa Francisco foi tão enfático em sua conversa no voo com os jornalistas: ou concebemos uma oportunidade geral para os jovens do mundo, com especial ênfase na América Latina, ou corremos o risco de ter um geração perdida.