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Padre “fashionista” lidera grupo americano que participa da JMJ

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John Burger - publicado em 24/07/13

Na Semana Missionária que precedeu a JMJ, os jovens do Pe. Andrew O'Connor aproveitaram para evangelizar de casa em casa no Rio de Janeiro

O Pe. Andrew O'Connor é quase tão conhecido no mundo da moda de Nova Iorque quanto na paróquia de Bronx que ele guia. Em um retiro na Guatemala anos atrás, ele ficou impressionado com a pobreza opressiva e a desesperança que viu. E encontrou uma maneira de fazer os nova-iorquinos compartilharem sua riqueza com os índios maias no país da América Central, criando o projeto Goods of Conscience.

A ideia é simples: uma oficina situada na igreja emprega moradores da classe trabalhadora para a produção de peças de vestuário com tecidos da Guatemala. A aquisição dos tecidos dos maias os sustentam.

Nestes dias, o Pe. O'Connor está focando sua atenção em outra área da América Latina e, talvez, ajudando a formar as consciências daqueles que estão com ele. O pastor está liderando um grupo de sete jovens (juntamente com vários adultos) da paróquia da Sagrada Família, no Bronx, na Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

O grupo está dizendo, com as suas ações, que a JMJ não é um "Woodstock católico", como os jornais seculares costumam dizer. Claro, há diversão, música, dança, socialização. Mas esses jovens, como as centenas de milhares de outros que estão vindo para o Rio de Janeiro de todo o mundo, estão participando do evento de uma semana para a edificação espiritual.

Este grupo de peregrinos americanos não veio a passeio: os jovens trabalharam como missionários antes do evento.

Uma das jovens peregrinas é Kiara Morales, que trabalha com a juventude da paróquia. "Tem sido super corrido", disse ela na semana passada. Durante cinco horas por dia, os jovens se reuniram com os seus pares de uma paróquia local e bateram de porta em porta, "esperando que alguém abrisse e nos deixasse entrar, para compartilharmos o Evangelho e rezarmos. Alguns são acolhedores e outros dizem que estão muito ocupados. Alguns até nos dão comida e café. É emocionante. Tivemos contato com algumas pessoas que não são católicas e elas não fecharam as portas para nós".

Esta tem sido uma preocupação da Igreja. Sendo um continente solidamente católico, a América Latina está se tornando muito mais diversificada em sua composição religiosa. De fato, como o Papa Francisco está prestes a realizar sua primeira viagem apostólica ao exterior – providencialmente para o continente de onde veio –, uma nova análise do Pew Research Center conclui que a parcela da população brasileira que se identifica como católica vem caindo constantemente nas últimas décadas.

No mesmo período, o percentual de brasileiros que pertencem a comunidades protestantes tem aumentado, assim como a parcela de brasileiros que se identificam com outras religiões ou se declaram sem religião.

Aqueles que deixaram a Igreja estão nas orações dos jovens do Bronx. "Estamos rezando o breviário", disse o Pe. O'Connor. "Teremos adoração esta noite."

Católicas ou não, as famílias têm sido quase sempre hospitaleiras com os jovens. "As pessoas foram muito acolhedoras e deram aos nossos jovens, e aos jovens evangelizadores brasileiros, comida e calor", relatou o padre.

"Hoje, uma família muito pobre nos deu pão fresco e mel puro, e nos pediu para lhes passarmos nossos nomes, para que rezassem por nós – disse Morales. Depois de um tempo, o idioma não é mais uma barreira."

Ela acrescentou que a viagem não foi fácil: "Nós trabalhamos muito duro durante mais de um ano para chegar onde estamos hoje", disse. Isso significou buscar os meios para ir de Nova Iorque ao Rio. Mais uma vez, a engenhosidade do Pe. O'Connor ajudou.

"Ele organizou uma leitoa assada em sua paróquia para arrecadar fundos para a viagem ao Rio de Janeiro, entre outros eventos", relatou Cathy Hickey, que é membro da South Bronx Educational Foundation.

"Ele tem abelhas no telhado da reitoria, e seu mel foi premiado. Ele também cultiva lúpulo na reitoria, e depois vende para a Cervejaria Bronx."

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